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Livre da prisão após reviravolta, jovem recebe carinho no retorno ao trabalho

jul 27, 2017
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Foi com abraços e sorrisos que o atendente Ygor Silva de Oliveira, 18, foi recebido pelos colegas de trabalho na manhã desta quarta (26), em uma unidade do Burger King no ABC paulista. “Todo mundo me abraçou. Eles gostam de mim, porque eu sempre trago alegria.

Sou muito palhaço”, disse ele. Ygor voltou ao ofício depois ter ficado 73 dias preso sob a suspeita de ter participado do roubo de um caminhão de cervejas, no dia 9 de maio, na zona sul da capital. As circunstância dessa prisão levaram, porém, a família e amigos a montar um grupo de investigação paralela, com 22 pessoas, para provar inocência do rapaz.

A “brigada” de Ygor saiu atrás de tudo que pudesse afastar dele a culpa. O material garimpado, entre vídeos e testemunhas, foi levado à Justiça e ajudou na reviravolta do caso. Na última sexta (21), a juíza Cynthia Sabino Bezerra Camurri, da 8ª Vara Criminal da Barra Funda (na zona oeste), determinou a soltura de Ygor, para que aguarde o julgamento em liberdade.

As versões das duas vítimas tinham inúmeras contradições. “É difícil acreditar que ele tenha feito isso mesmo”, disse o supervisor de vendas Damião Rodrigues dos Santos Araújo, 18, um dos chefes de Ygor. Os dois trabalham juntos há cerca de sete meses. “Aqui, você consegue descobrir o caráter da pessoa muito rápido. Quem vai ser explosivo e quem não vai. Ele sempre foi muito tranquilo. Ele chegava, cumprimentava todo mundo, brincava.

Não acreditei quando falaram.” Outra chefe dele, a supervisora Mirele Vicente da Silva, 20, disse que o atendente é um dos melhores funcionários e, até por isso, a promoção dele era dada como certa. “Mas como ele não chegou a fazer a prova [em razão da prisão], não alterou o cargo. Não sei como será agora.” Como atendente, ele trabalha 7 horas e 20 minutos por dia, seis dias por semana, por R$ 1.050 mensais.

Ajuda na limpeza da loja, mas passa a maior parte do dia fazendo lanches. Com a promoção, teria um aumento de R$ 100. Apesar de tudo o que passou até agora, Ygor diz que está muito feliz por estar livre e, ainda mais, por ter sido aceito no trabalho. Ele temia pela reação da empresa. “É estranho. Quando acordei de manhã e arrumei minha mochila, fazia muito tempo que não arrumava, eu pensei: ‘Nossa, vou trabalhar. Será que estou sonhando?'”, disse o rapaz.

O rapaz só teve um pequeno incômodo na volta ao trabalho. O Burger King trocou a cor da calça do uniforme de cinza para caqui –semelhante às vestes da prisão. “Eu disse: ‘Não! Essa cor me persegue!'”, brincou.

Fonte: Folha de São Paulo

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