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Vendas de Dia das Mães voltam a crescer após 2 anos de queda, dizem pesquisas

maio 15, 2017
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O comércio voltou a registrar aumento de vendas na semana que antecede o Dia das Mães após dois anos seguidos de queda, segundo pesquisas divulgadas nesta segunda-feira (15).

Segundo o levantamento da Serasa Experian, as vendas cresceram 2% na semana entre os dias 8 e 15 de maio, em relação ao período equivalente de 2016 (2 a 8 de maio). Trata-se da primeira alta na atividade do comércio nesta data desde 2014. Em 2016, o indicador registrou queda de 8,4%, a maior desde 2003. Em 2015, o recuo foi de 2,6%.

Considerado apenas o final de semana do Dia das Mães (12 a 14 de maio) o aumento nas vendas no país foi menor, de 1%, segundo a pesquisa, que usa como base as consultas realizadas no banco de dados da Serasa Experian.

De acordo com a Serasa Experian, “a redução consistente da inflação, a queda dos juros e o ingresso dos recursos do FGTS na economia foram os principais fatores que conseguiram gerar um resultado positivo para a venda do Dia das Mães”.

Levantamento da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) também constatou aumento nas vendas do comércio após 2 anos de queda. Por esse indicador, a alta na atividade no período de 8 a 14 de maio foi de 1,6% em 2017, em comparação a 2016. O avanço, no entanto, foi menor que o esperado pela entidade, que estimava alta de 1,8% na semana passada.

Segundo a Boa Vista, o movimento do Dia das Mães segue a tendência de recuperação das vendas do varejo em 2017, apesar de uma cautela maior por parte do consumidor.

Vendas a prazo caem

Consideradas apenas as vendas parceladas, entretanto, houve queda de 5,5% nas vendas, segundo pesquisa do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), no quarto recuo consecutivo. Segundo as entidades, isso aconteceu porque os consumidores compraram menos e à vista.

O Dia das Mães é a data mais importante para o varejo no primeiro semestre e fica apenas atrás do Natal em volume de vendas e faturamento. “O resultado negativo com menos intensidade que em 2016 reflete a tendência de desaquecimento das vendas no varejo observado desde o ano passado, em virtude do cenário econômico desfavorável, com crédito mais caro, inflação ainda elevada e altas taxas de desemprego”, disse em nota o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro.

Longe da recuperação

O Dia das Mães foi melhor para o comércio que no ano passado, mas ainda longe de atingir resultados positivos e suficientemente fortes para puxar a economia.

Em meio à maior recessão econômica já registrada, iniciada em 2014, o comércio amargou vendas fracas no Dia das Mães em 2015, com resultados ainda piores em 2016. O pequeno avanço para 2017, então, leva em conta que os números já estão em patamares considerados muito baixos.

“A gente vai ter um crescimento muito pequeno em relação ao ano anterior, mas isso ainda não é motivo para achar que estamos em recuperação, porque a gente estava no fundo do poço”, analisa Marcela Kawauti, economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). “O tombo do ano passado foi tão forte que não tem como a gente esperar uma coisa pior”.

“Essa alta esperada para o Dia das Mães é um dado positivo, mas estamos vindo de um período muito longo de quedas. Se trata muito mais de recuperar um terreno perdido do que propriamente ganhar um novo”, diz Everton Carneiro, analista econômico da RC Consultores.

Consumo em baixa

Entidades e o governo estimam que a economia volte a crescer neste ano, especialmente no segundo semestre. Por enquanto, o consumo segue desaquecido. O último dado do varejo do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) mostram que o varejo continua em queda.

O comércio varejista brasileiro recuou pelo segundo mês consecutivo em março, com queda de 1,9% na comparação com fevereiro. Foi pior resultado para o mês em 14 anos, desde março de 2003, quando a queda foi de 2,5%.

Os dados mostram que, com o desemprego ainda em alta, a perda de força da inflação ainda não foi suficiente para elevar as estimativas de crescimento do consumo como um todo a ponto de puxar a economia para cima.

“Tem o efeito de estar na crise há muito tempo”, diz Everton Carneiro, apontando a relação da confiança das famílias com o consumo. “É natural que as pessoas segurem os gastos”.

“O consumidor ainda está com uma sensação térmica muito ruim”, complementa Marcela Kawauti. “A única condição que melhorou de fato foi a confiança, e mesmo assim não de uma forma muito forte. A inflação, de fato, o consumidor sente menor. Mas, quando a gente fala de taxa de juros, a gente vê a queda da Selic, mas, na ponta, ainda não foi sentida pelo consimidor.”

Os economistas, no entanto, veem a melhora, ainda que pequena, como positiva. “Tivemos três anos de uma situação tão ruim que mesmo uma melhora muito tímida, pelo menos, indica que a gente já começa a ir no caminho certo”, avalia Marcela.

Fonte: G1

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