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Alunos de Brasília dão bom exemplo fazendo campanha contra brincadeira de mau gosto.

fev 14, 2020
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Estudantes gravam vídeos para formar uma corrente do bem e conscientizar quanto aos perigos da “brincadeira quebra-crânio”, que vem preocupando pais, educadores e profissionais da saúde

“Deixa eu te falar uma coisa, essa é uma brincadeira de muito mau gosto que está rolando na internet e aqui, essa brincadeira não rola. Muitas pessoas já se feriram gravemente. Nós nos importamos com o nosso colega e aqui não rola”.

Esse foi o recado passado por três estudantes do Colégio Batista de Brasília. O vídeo, que já tem mais de 16 mil visualizações, foi postado na terça-feira (11), viralizou nas redes sociais, e é uma resposta a brincadeira “quebra-crânio” ou “desafio da rasteira” que se tornou viral há alguns dias. Nela, duas pessoas pulam e induzem uma terceira a pular. Nesse momento, quem está nas extremidades aplica uma espécie de rasteira fazendo com que o amigo desavisado caia de costas no chão. Um dos vídeos mais compartilhados foi o de estudantes de uma escola de Caracas, na Venezuela.

“Ao longo do dia, quando a ‘brincadeira’ viralizou, recebemos mensagens de diversos pais preocupados. Resolvemos conversar com os estudantes e eles deram a ideia de fazer o vídeo. Aqui, falamos muito sobre respeitar e cuidar dos colegas, então, foi muito natural essa iniciativa. Ainda bem que ações positivas também influeciam e dão resultado”, comemorou Ludmila Santos, diretora de comunicação da escola. “Foi uma ação que ultrapassou os muros da escola. Agora, estamos pedindo que outras escolas repliquem e façam algo parecido”, completou.

Veja, abaixo, o vídeo da corrente do bem dos estudantes, conscientizando quanto aos perigos da brincadeira

https://www.facebook.com/colegiobatista/videos/2378159435738012/

E o exemplo realmente deu certo. No dia seguinte, o colégio Batista de Varginha, em Minas Gerais, também fez uma gravação parecida. “Achamos que seria uma boa forma de conscientizar de que se trata de uma brincadeira que traz sérios riscos. Nossos alunos já sabiam da ‘brincadeira’ e já tinha viralizado entre eles”, conta Tânit Miranda Ferreira, coordenadora pedagógica. “Para a gente, seria algo para efeito interno, no máximo na cidade. Mas já sabemos que o vídeo chegou a diversas cidades do Brasil”, comemorou.

https://www.facebook.com/colegiobatistavarginha/videos/655055058572470/

ALERTA À PAIS E EDUCADORES

De acordo com o ortopedista pediátrico Nei Botter Montenegro, do Hospital Israelita Albert Einstein e do Hospital das Clínicas da FMUSP, e vice-presidente do Departamento de Ortopedia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SP-SP), entre as consequências mais graves estão uma fratura no punho, um trauma na coluna ou no crânio. “Apesar de a altura não ser grande, a queda pode levar a uma fratura na coluna, principalmente lombar ou toráxica. Se a força for maior, pode resultar em um trauma de crânio, com consequências mais imprevisíveis, ou, ainda, um trauma na coluna cervical, que seria, evidentemente, pior”, afirmou. “A prevenção quanto a isso é informar crianças e adolescentes sobre os riscos de lesões graves, pedindo para que eles não participem dessas brincadeiras”, alertou.

A Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), também emitiu um alerta para pais e educadores sobre a necessidade de reforçar a atenção com crianças e adolescentes. “Esta queda pode provocar lesões irreversíveis ao crânio encéfalo, além da danos à coluna vertebral. Como resultado, a vítima pode ter seu desempenho cognitivo afetado, fraturar diversas vértebras, ter prejuízo aos movimentos do corpo e, em casos mais graves, ir á óbito”, escreveram. E alertou: “Os responsáveis pela ‘brincadeira’ de mau gosto podem responder penalmente por lesão corporal grave e até mesmo homicídio culposo. Informar/educar pode ser a primeira linha de ação”.

Fonte: Revista Crescer

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