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Após sofrer preconceito e ‘colecionar apelidos’ na escola por gostar de balé, rapaz ganha bolsa de dança nos EUA

maio 10, 2018
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Morador de Tatuí (SP), Thiago Pereira de Oliveira conta que apoio da família foi fundamental para superar o preconceito. Adolescente ficará dois meses em Nova Iorque estudando balé clássico.

Thiago Pereira de Oliveira, morador de Tatuí (SP), descobriu no balé, há cinco anos, uma paixão que não havia encontrado em nenhuma atividade. Agora, aos 17 anos, se prepara para viajar a Nova Iorque, onde ganhou uma bolsa de estudos de balé clássico.

Em entrevista, o adolescente contou que sempre foi apaixonado por dança e acompanhava a irmã mais nova em festivais, mas que escondia o gosto por medo de sofrer preconceito.

“Eu sempre achei a dança algo lindo, até que com o apoio da minha família eu decidi começar a frequentar as aulas”, conta.

Após assumir a paixão pela dança e se dedicar aos estudos e à prática, Thiago foi reconhecido pela Joffrey Ballet School, renomada escola de Nova Iorque que oferece o curso de balé clássico, e ganhou uma bolsa de estudos.

“Na hora fiquei muito surpreso, pois jamais imaginei chegar a esse ponto”, afirma Thiago.

O jovem afirma que sempre buscou se aprofundar e em um curso que fez em São Paulo teve a oportunidade de participar de uma audição, na qual concorreu e conquistou a sonhada bolsa de 100% para estudar balé clássico.

Desde que o jovem descobriu que tinha ganhado a bolsa, ele tem economizado cada centavo que recebe ajudando seu pai na padaria da família, já que a família não tem condições de arcar com os custos da viagem. O curso começa dia 4 de junho e tem duração de sete semanas.

“Ganhei apenas a bolsa, mas para ficar lá estou juntando dinheiro. O passaporte e o visto eu já consegui com ajuda de familiares, agora estou buscando recursos para gastos com alimentação e moradia”, explica.

Preconceito que virou orgulho

Thiago conta que sofreu preconceito, principalmente na escola, quando começou praticar aulas de balé. Ele lembra que graças ao apoio dos pais nunca pensou em desistir.

“No começo eu escondia que fazia balé porque pensava ‘Onde já se viu um menino dançando balé, usando aquelas roupas apertadas?’. O apoio dos meus pais foi fundamental para eu enfrentar esse preconceito”, relata.

Ele contou que recebeu diversos apelidos, mas conta que levou sempre “na esportiva” e, aos poucos, conseguiu mostrar aos seus amigos que o balé é uma arte e algo que o fazia bem.

“Eu parei de me incomodar com o preconceito e hoje meus amigos até me acompanham nos festivais, eles dizem que gostam de me ver dançar… Então o que antes era um preconceito, hoje dá orgulho”, afirma.

‘Mostrar quem eu sou’

O jovem encara o balé além de apenas uma arte, ele considera a dança uma maneira que encontrou para se expressar.

“Uso para mostrar quem eu sou, para me expressar e para mostrar o que eu estou sentindo, por isso estou sempre dando meu melhor. Eu sei que a vida de artista não é fácil, mas desistir não está no meu vocabulário”, ressalta.

Para a mãe Maria Lucimayre Pereira dos Santos, o filho é motivo de orgulho.

“Quando acompanhava a irmã, ele foi se encantando por esse mundo, foi vendo que muitos meninos faziam balé e isso foi o primeiro incentivo para começar na dança. Ele é merecedor de tudo o que vem conquistando”, afirma.

Fonte: G1

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