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Pesquisadores descobrem que boas ações geram bem-estar mental

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Efeito foi observado principalmente entre os adolescentes, que foram acompanhados durante um ano

A intenção é ajudar o outro, mas há um benefício também para o voluntário. Quando ele é jovem, ao praticar boas ações, trabalha em prol da própria saúde mental. Segundo a pesquisa da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, a experiência reduz os riscos de depressão nesse público. Para chegar à conclusão, os cientistas acompanharam adolescentes durante um ano em relação à sensibilidade neural para os sentimentos de hedonia e eudaimonia.

Essas sensações foram nomeadas pelo filósofo Aristóteles, que indicou a hedonia como a busca pelo prazer — envolve, por exemplo, ouvir música ou comer um chocolate; e a eudaimonia como a busca por significados e propósitos — englobando, nesse caso, a disponibilidade para doar uma parte do tempo a outras pessoas. Nos jovens voluntários, percebeu-se que a ativação da hedonia indicou aumento de sintomas depressivos. A da eudaimonia, o efeito contrário. “As pessoas que sentem prazer por meio de atividades eudamônicas têm maior tendência de se engajar em atividades que as fazem se sentir valorizadas, o que aumenta a saúde mental delas”, explica Adriana Ganván, integrante do estudo.

O estudante Daniel Ramos, 20 anos, conseguiu juntar essas respostas com os planos de carreira. O estudante de medicina na Universidade de Brasília (UnB) participa de vários projetos voluntários. Destaca o Saúde Integral em Famílias Carentes no Distrito Federal. Fruto de uma parceria entre a universidade e a Igreja Presbiteriana de Brasília, o projeto faz com que os alunos prestem auxílio a famílias de maneira integral, do reforço escolar ao apoio terapêutico.

“O interesse pelo projeto veio exatamente pela forma como ele está estruturado. A ideia de ensinar a pescar é forte no grupo. Uso os meus conhecimentos para ser útil a alguém que precisa”, explica o universitário. Daniel fala com emoção do interesse das crianças pelo estudo e dos planos de vida que fazem. “Querem ir para a faculdade, fazer medicina. Essa experiência não tem preço.”

Em casa
Segundo a psicóloga Fernanda Guimarães, o interesse dos jovens em praticar boas ações normalmente surge com os exemplos de casa, que costuma ser o primeiro ambiente em que a pessoa compreende as relações sociais e se conhece. Preocupar-se com os outros foi um ensinamento repassado a Daniel já na infância. “Quando eu era criança, meus pais me falavam para doar roupas que não usava e também comida. Eu tomei gosto por essa ideia e comecei a atuar mais ativamente”, conta.

Tainá Caldas, 15 anos, faz boas ações com a família. “Meu avô ajuda as pessoas, costuma dar cestas básicas. Meu pai doa dinheiro na maioria das vezes. Minha mãe e minhas primas me acompanham bastante ao instituto”, relata, referindo-se ao Instituto Vicky Tavares – Vida Positiva, que atende crianças e adolescentes portadores do HIV e seus familiares.

O contato dos caldas com a organização não governamental se deu há cinco ano, quando Tainá propôs uma comemoração do próprio aniversário incomum. “Pedi para fazer uma boa ação, doar dinheiro a uma ONG”, conta a adolescente. A mãe de Tainá, a publicitária Carla Carvalho, levou a filha ao instituto no dia em que ela completou 10 anos e elas acabaram abraçando a causa. Todas as sextas-feiras, a dupla ajuda no preparo do lanche e doa dinheiro e mantimentos à ONG. “Eu me apeguei às pessoas de lá, às crianças.”, conta Tainá.

Qualquer lugar

A estudante revela que era uma criança mimada. ‘Mudei meus conceitos’, diz a jovem de 18 anos

Diretora do Centro de Voluntariado do Distrito Federal, Olívia Volker ressalta que não é necessário se vincular a uma organização grande para praticar uma boa ação. “É só olhar para o lado e perceber que existe alguém precisando de ajuda, seja ela qual for”, ensina. Laís Brandão, 18 anos, prefere ajudar os grupos mais fragilizados, como as crianças. O interesse em ser voluntária partiu da época em que morava com a avó, que teve câncer e passou muito tempo no hospital. Quando a acompanhava, Laís percebia a diferença que fazia quando um grupo de voluntários visitava os pacientes. Acabou se juntando, há três anos, ao grupo Laços da Alegria.

“Eu era uma criança mimada, sequer comia pão do dia anterior. Mudei os meus conceitos e me tornei uma pessoa melhor. Procuro não menosprezar ninguém. Todo mundo sofre com alguma coisa na vida, nós nunca sabemos pelo que o outro passou naquele dia”, diz, vestida de palhaço, após uma visita à Abrace, entidade que presta assistência social a crianças e adolescentes com câncer e doenças do sangue.

Cabeça escaneada
Os 39 participantes responderam a questionários sobre sintomas depressivos e, depois, participaram de dois jogos. No primeiro, tinham que escolher entre ganhar dinheiro para eles e para a família deles. No outro, recebiam balões virtuais e eram premiados conforme os enchiam, o que demandava a relação entre tomar atitudes e assumir riscos. Por fim, eram submetidos a um escâner para o exame da parte do cérebro associada ao sentimento de prazer. O experimento foi repetido um ano depois.

Fonte: http://sites.uai.com.br/

 

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