Enquanto muitos alunos de 15 anos estão iniciando as aulas no ensino médio este ano, a estudante Emanuelle Marie Cassin Passarini, de São Carlos (SP), irá iniciar o 1º ano de medicina na Universidade de São Paulo (USP), em Bauru. O sonho de muitos vestibulandos chegou cedo para a adolescente, mas isso não significa que ela teve um caminho fácil.
Pelo contrário. Emanuelle é superdotada e teve que superar muitos obstáculos para passar por cima do preconceito de colegas e professores que não entendiam seu comportamento na sala de aula.
Ela descreve o período que passou no ensino fundamental e no ensino médio como muito difícil. O motivo era a desmotivação pelo sistema de ensino das escolas tradicionais e o bullying que sofria dos colegas que a levaram a entrar em depressão.
Emanuelle foi aprovada por meio Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para a primeira turma do curso de medicina da USP de Bauru, o segundo mais concorrido da Fuvest desse ano, com 105,9 candidatos por vaga, e está entre as alunas mais novas a entrar em um curso de medicina.
Ainda atordoada, ela falou com a reportagem poucas horas após saber do resultado, na segunda-feira (29) e contou que, ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a vida escolar de um superdotado não é fácil.
Enquanto a média da população tem um QI entre 90 e 110, os superdotados têm mais 130. O da Emanuelle gira em torno de 160.
Embora o QI não seja o único critério para determinar um superdotado, dá uma amostra do poder de raciocínio dessa garota que começou a ler com menos de 3 anos, tem duas medalhas de bronze na Olimpíada Nacional de Matemática e já foi bolsista de iniciação científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Foi o hábito de ler em qualquer lugar – inclusive na sala de aula – o que causou mais estranheza dos colegas de escola. Sofreu preconceitos até de professores que demoraram a entender o seu jeito e a desatenção na sala de aula.
O pior período, segundo Emanuelle foi recentemente, aos 14 anos, em uma escola particular quando colegas colocaram lixo na sua mochila e jogaram coisas na sua cabeça.
Foi aí que decidiu se transferir para a Escola Técnica Estadual (ETEC) Paulino Botelho e encontrou um sistema de ensino mais atraente ao seu perfil. “Fui muito acolhida, as coordenadoras me incentivaram e ajudaram a me reclassificar. Tive muito amparo, elas lutaram muito por mim”, contou.
Paralelamente, passou a fazer um cursinho pré-vestibular à noite, onde também foi bastante estimulada a buscar novos conhecimentos.
Com incentivo, passou a se interessar mais pelos estudos, se tornou bolsista do CNPq e teve anos mais tranquilos na escola. Emanuelle acha que o sistema de ensino não está preparado para os superdotados e acaba sendo punitivo ao invés de estimulante.
Ela diz que, agora que passou no vestibular quer fazer alguma coisa para mudar isso e melhorar a condição das pessoas superdotadas e fez um desabafo emocionado.
“Eu posso comparar a minha vida escolar com uma música do Paul MacCartney (‘Somebody Who Cares’) que fala que às vezes você parece um carro e que tiram as rodas quando você tem algum lugar importante para ir”.
“É muito frustrante você saber que não vai chegar a lugar algum. A minha vida escolar foi mais ou menos isso, porque eu era superdotada, eu tinha muito talento, muito para oferecer e não tinha oportunidade para exercer aquilo que eu tinha”, disse.
Fonte: G1
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