• ter. abr 16th, 2024

Fotógrafa brasileira ganhadora de prêmio internacional já registrou mais de 170 partos

abr 24, 2018
Compartilhe Boas Notícias

Daniela Justus venceu duas das quatro categorias do prêmio anual da Associação Internacional de Fotógrafos Profissionais de Nascimento.Outra brasileira, Lela Beltrão, conquistou menção honrosa.

O que começou com um hobby lá em 2006, com fotos de filhos de amigos, foi ficando sério, virando trabalho e agora ganhou reconhecimento internacional. Vencedora em duas das quatro categorias do prêmio anual da Associação Internacional de Fotógrafos Profissionais de Nascimento, o mais importante do segmento, com profissionais de 42 países, a fotógrafa brasileira Daniela Justus já contabiliza 179 partos fotografados.

Ela foi premiada com duas imagens bem marcantes e bem diferentes entre si. Na categoria Detalhes do Nascimento, Daniela conquistou o prêmio com a imagem de um irmão que manda um beijo, pelo vidro da maternidade, para a irmãzinha recém-nascida. “É um pai apresentando a filha, Isabela, para o Davi, que é o irmão. E foi muito fofo, porque ele tenta dar um beijo na irmã pelo vidro”, contou.

O outro prêmio, na categoria Nascimento, foi para uma foto que pode causar aflição em quem não está acostumado a esse tipo de imagem – como, aliás, várias fotos do trabalho quem registra partos. É um “bebê empelicado”, como são chamadas as crianças que nascem dentro da bolsa gestacional. É um caso raro, que costuma ocorrer uma vez a cada 80 mil nascimentos.

“Ele nasceu dentro do saco gestacional. Era um parto de gêmeos. Esse foi o segundo bebê. Foi incrível. Ele nasceu e estava o saco intacto. A posição era interessante porque ele estava com o pezinho colado, dava para ver muito bem e ele estava dormindo. Estava muito plácido”, disse a fotógrafa, destacando a crença de que as crianças que nascem assim terão sorte na vida.

Lidando com mães e gestantes o tempo todo, Daniela está acostumada com imprevistos. Está acostumada a ser acordada durante a madrugada, já testemunhou crianças fazendo xixi nas mães logo ao nascer e gente gritando nome de time de futebol durante o nascimento.

E, como nem sempre os partos acontecem nas datas previstas, sua rotina é não ter muita rotina. “Tem semana que não tem [parto] nenhum, mas tem semana que tem quatro”, conta ela.

Mudança de carreira

Formada em Tecnologia da Informação com mestrado em Administração de Empresas e Marketing, ela trabalhou em grandes empresas mas diz que não se identificava com a cultura corporativa.

“Eu sempre tive vontade de fazer outra coisa e, nesse processo, eu comecei a fazer fotografias como hobby”, explicou Daniela.

Ela conciliou as duas carreiras até ir morar em Londres com o marido, em 2007. Ao chegar lá, ela decidiu trabalhar somente com fotografia. Ao voltar ao Brasil, em 2011, passou a registrar nascimentos com mais regularidade e se especializou nisso. Daniela acredita que a experiência na carreira anterior a ajudou a garantir o sucesso na nova profissão.

Menção honrosa

Fotógrafa há 20 anos, Lela Beltrão conquistou menção honrosa no mesmo concurso com a imagem de um parto pélvico, que é quando o bebê permancece sentado na barriga da mãe – geralmente os bebês ficam de cabeça para baixo quando se aproxima o momento do parto.

Lela, que se especializou em nascimentos após a chegada da filha, em 2014, registra partos humanizados. Ela acredita que as imagens de nascimentos têm o poder de fazer com que as mulheres pensem os seus próprios corpos.

“É um mercado que está crescendo, mas também está crescendo o olhar sobre o parto humanizado. As próprias mulheres estão questionando a forma de parir. A fotografia do parto é um agente transformador. Vendo a imagem deste tipo de nascimento, muitas questionam os próprios partos”, explicou Lela.

O primeiro prêmio geral da associação foi para a fotógrafa belga Marijke Thoen.

Fonte: G1

Loading