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Idosos de asilo de Araraquara produzem brinquedos antigos e levam às escolas: ‘gratificante’

jul 5, 2019
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Grupo realiza atividade como terapia para preservar a consciência e escolheu visitar colégios onde estudaram para ensinar as brincadeiras às crianças e adolescentes de hoje.

Caminhão de carretel de linha, bola de meia, peteca de palha de milho, cinco marias e macaquinho de madeira. Esses foram alguns dos brinquedos que um grupo de idosos atendidos pelo asilo Lar São Francisco, de Araraquara (SP), produziu para levar às escolas onde estudaram e ensinar crianças e adolescentes novos passatempos longe da tecnologia.

“Foi gratificante, dá até uma dor no coração da gente”, disse Lázaro José Sampaio, de 67 anos.

Acompanhados dos profissionais de terapia ocupacional da entidade, eles pretendem levar a pelo menos seis escolas de educação fundamental e ensino médio da cidade ainda neste ano.

Nostalgia

Tudo começou com a ideia do seu José Antônio Rodrigues, de 81 anos, que foi marceneiro e sempre fez trabalho manual. Ele queria aproveitar o tempo livre para produzir os brinquedos comuns na época de sua infância e contou isso ao grupo de 13 idosos que compartilham a sua rotina.

Em agosto do ano passado, eles fizeram uma lista para relembrar os brinquedos, as músicas e tudo o que costumavam fazer para se divertir quando eram crianças, além de pedir doações dos materiais necessários para a produção dos brinquedos.

“Para fazer o peão a gente precisava de madeira de verdade e hoje não encontra mais para vender, só tem aquelas compensadas. Teve um dia que eu estava fazendo a minha caminhada e vi um sofá jogado num terreno. Fui lá e desparafusei os quatro pés dele. Madeira pura”, contou, orgulhoso.

Terapia

Segundo a terapeuta ocupacional Pamela Cristina Brumatti, um dos desafios foi encontrar as penas grandes para as petecas. O grupo queria que fossem de galinhas, mas ela não conseguia encontrar penas grandes o suficiente para manter o equilíbrio do brinquedo.

“A gente foi no Parque Infantil para achar pena de pomba, mas eram todas pequenininhas e eles queriam grande. O Seu Zé comentou com uma colega nossa que estávamos precisando e, coincidentemente, um gavião morreu eletrocutado na fiação da rua dela”, contou Pamela.

Hoje, o projeto virou uma das atividades de terapia ocupacional para os idosos estimularem e preservarem a consciência sã, além de trabalhar a memória e os movimentos minuciosos.

Fonte: G1

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