A inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), perdeu força de fevereiro para março, passando de 0,33% para 0,25%, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (7). Para o mês de março, é o menor resultado desde 2012, quando ficou em 0,21%.
No acumulado do ano, o índice ficou em 0,96%, o menor para o 1º trimestre desde o início do Plano Real, em 1994, quando ficou em 182,96%, segundo o IBGE, e bem menor que os 2,62% registrados no mesmo período de 2016.
No acumulado dos últimos 12 meses, o índice ficou em 4,57%, ficando mais próximo da meta de inflação do Banco Central, de 4,5%, e menor que os 4,76% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2016, o IPCA foi de 0,43%.
O maior impacto veio da energia elétrica, que teve alta de 4,43% no mês passado. De acordo com o IBGE, o resultado “reflete a cobrança da bandeira tarifária amarela no valor de R$ 2,00 a cada 100 kwh consumidos, aliada a aumentos ou reduções nas parcelas do PIS/COFINS, dependendo da região pesquisada”.
Além da alta na conta de luz, o aumento de 1,13% no preço do botijão de gás elevou as despesas com habitação em 1,18% no mês.
O consumo doméstico também ficou mais caro por conta dos preços no grupo de alimentação e bebidas, que teve alta de 0,34% em março, depois de ter recuado em 0,45% em fevereiro. Os produtos que ficaram mais caros, segundo o IBGE, foram o leite longa vida (2,6%), o café moído (1,89%) e o pão francês (0,91%).
“O primeiro trimestre de 2016 apresentou taxas muito altas, principalmente por influência dos alimentos. Com a retirada dessas taxas mais elevadas, o que a gente vê é uma ladeira abaixo da inflação em 2017”, destaca Eulina Nunes, coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes. “Mas não significa que os preços estão caindo, mas que estão subindo menos”, enfatizou.
Segundo Adelina, os alimentos subiram em março, principalmente, porque caíram muito em fevereiro. “Com toda a safra de grãos prevista para o ano, que é muito grande, em fevereiro ela estava escoando. Esse movimento [de alta nos preços dos alimentos de fevereiro a março] pode ser explicado por conta, por exemplo, dos itens da Semana Santa”, diz. Ela explica que em geral, no mês de março, por conta da Páscoa, os preços dos alimentos sobem.
Eulina chamou a atenção para nova alta no preço do tomate. Em fevereiro, mantendo uma sequência de queda, o preço do produto recuou em 3,33%. Em março, aumentou 14,47%. Segundo a pesquisadora, essa alta foi puxada pela pressão dos agricultores, que vinham amargando perdas por conta da grande safra. Nos últimos 12 meses, o preço do tomate acumula queda de 26,92%.
Para abril, o IBGE aponta que o IPCA sofrerá impacto dos reajustes de preço nas tarifas de água e esgoto de Recife (7,88%) e Curitiba (5,20%), aplicados, respectivamente, em 20 de março e 1º de abril. O reajuste em 9,8% no valor do gás de cozinha também irá afetar o índice. Em contrapartida, as contas de luz sofrerão queda no mês de até 19,5% por conta da restituição aprovada pela Aneel, segundo o IBGE.
Quanto aos índices regionais, o mais elevado foi o da região metropolitana de Fortaleza (0,64%), onde o item cursos regulares mostrou alta de 8,84%. O menor índice foi o da região metropolitana de Belo Horizonte (0,08%), influenciado pela queda de 2,25% nos combustíveis.
O IBGE também divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). De fevereiro para março, o índice passou de 0,24% para 0,32%. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice desacelerou para 4,57%, ficando abaixo dos 4,69% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2016, o INPC registrou 0,44%.
Fonte: G1
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