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Minhocão de SP vai virar parque suspenso até 2020

fev 26, 2019
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Implantação será dividida em três etapas. Obras iniciais devem começar ainda em fevereiro e ser finalizadas em 2020. Custo estimado é de R$ 38 milhões de recursos municipais.

A Prefeitura de São Paulo anunciou, na tarde desta quinta-feira (21), a criação do primeiro trecho, de 900 metros, do Parque Minhocão, no Elevado Presidente João Goulart.

Localizado na área central da cidade, o Elevado João Goulart conecta a Avenida Radial Leste-Oeste (no Centro) à Avenida Francisco Matarazzo (Zona Oeste), passando pelos bairros República, Consolação, Santa Cecília e Barra Funda.

Segundo a gestão municipal, a ação será dividida em três etapas, com implantação de obras de acessibilidade, segurança e criação do parque linear e regramento específico para o entorno.

O custo estimado é de R$ 38 milhões, e será bancado com recursos municipais.

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e SP Urbanismo diz ter como meta, na primeira etapa, prevista para os meses de fevereiro e agosto deste ano, ajustar as questões estruturais, entre elas, a iluminação (pontos de conexão), o projeto viário e o transporte público.

A previsão é que a primeira etapa, com a instalação dos acessos, seja entregue até dezembro de 2019.

A segunda etapa, já com as obras para instalação do Parque, será iniciada no segundo semestre deste ano, com previsão de término até dezembro de 2020.

Plano Diretor

A criação do Parque Minhocão é discutida desde a gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT), que sancionou a criação da lei do parque em março de 2016.

O Plano Diretor, aprovado em 2014 pela gestão do petista, determina como a cidade deverá crescer nos próximos anos, previa a desativação do Minhocão.

Em fevereiro de 2018, a Lei que cria o Parque Municipal do Minhocão foi promulgada pelo então prefeito João Doria e publicada no Diário Oficial.

Desde a criação da lei do parque, o destino da via gera polêmicas. Há quem defenda a demolição total do viaduto, e quem defenda o fechamento total para o uso recreativo.

Etapas do primeiro trecho

1ª. Etapa: obras de segurança e acessibilidade no trecho da saída da Ligação Leste-Oeste ao entroncamento com a Avenida São João.

  • instalação de acessos em nove pontos de todo o elevado, entre elevadores e escadas
  • implementar estruturas de proteção nas laterais para garantir a segurança dos frequentadores

A previsão é que até o final de 2019 essas obras estejam concluídas. As ações previstas na primeira fase foram recomendadas pelo Ministério Público.

Como ficará o acesso

No final do segundo semestre, quando a Prefeitura pretende iniciar as obras da segunda etapa, quem seguir no sentido dos bairros de Perdizes e Barra Funda poderá pegar o elevado por um acesso próximo à Rua Helvétia, na região dos Campos Elíseos. Até esse ponto, o motorista deverá seguir pela Avenida Amaral Gurgel.

No outro sentido, o caminho em direção à Zona Leste será interrompido na passagem para a Rua Sebastião Pereira, na Vila Buarque.

A CET ainda está realizando estudo para definição de outras intervenções viárias que se fizerem necessárias.

2ª. Etapa: implantação de 900 metros de parque entre a Praça Roosevelt e o Largo do Arouche.

  • 17.500 metros quadrados com jardins, além de floreiras e deques, dispostos em módulos pré-fabricados.

A Prefeitura de São Paulo ainda afirma que irá utilizar o conceito urbanístico e referências do arquiteto Jamie Lerner, com material modulado, efêmero, propostas de usos institucionais no baixo do viaduto e intervenções que permitem a integração dos espaços.

3ª etapa: Envolve o Projeto de Intervenção Urbana (PIU) – discussões e participação popular para estabelecer um regramento mais especifico do entorno. Irá ocorrer paralelamente à segunda etapa.

Primeiro trecho

A implantação do primeiro trecho do Parque Minhocão (900 metros) foi definida em razão de sua favorável conexão com outros espaços públicos de lazer – Praça Roosevelt, Parque Augusta, Largo do Arouche e Praça Marechal Deodoro.

O elevado é dotado de uma rede de equipamentos públicos icônicos, como as bibliotecas Mário de Andrade e Monteiro Lobato, o Estádio do Pacaembu, o Memorial da América Latina e a Santa Casa de Misericórdia, além das estações Marechal Deodoro e Santa Cecília do Metrô.

Histórico

O destino do elevado João Goulart é objeto de discussão desde os anos 70, quando foram iniciadas as rotinas de interdição ao tráfego veicular no período noturno.

A consideração do impacto que o resultado dessa discussão teria sobre o cotidiano de grande número de munícipes fez com que o Plano Diretor Estratégico (PDE), aprovado em 2014, tratasse desse tema, prevendo uma lei específica deveria ser elaborada para determinar a gradual restrição ao transporte individual motorizado no Elevado Costa e Silva, definindo prazos até sua completa desativação como via de tráfego, ou transformação, seja parcial ou integral, em parque.

A determinação foi atendida com a aprovação da Lei Municipal nº 16.833, de 7 de fevereiro de 2018, que estabeleceu a desativação do elevado como via de circulação veicular, o estímulo à realização de atividades culturais e esportivas nos períodos de interdição ao tráfego e a obrigatoriedade de propor a transformação parcial ou total do elevado em parque por meio de um Projeto de Intervenção Urbana – PIU, a ser aprovado por Lei ou Decreto.

Essa lei também autoriza o Executivo a realizar projetos pilotos para avaliação dos impactos, no curso do processo de desativação da estrutura.

O Projeto de Intervenção Urbana compreende um conjunto de estudos técnicos e de discussão pública de projetos na proposição de intervenções urbanas.

O Projeto Estratégico Elevado Presidente João Goulart e Entorno foi relacionado no escopo do PIU do Setor Central, proposto para os distritos centrais da Santa Cecília, República, Sé, Bom Retiro, Pari e Brás e que envolve o eixo viário formado pela Rua Amaral Gurgel, pela Av. São João e pela Av. General Olímpio da Silveira, onde se desenvolve o elevado.

Fonte: G1

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