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Moradoras do Engenho Novo levam chuveiro itinerante a pessoas em situação de rua

out 11, 2018
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Projeto Banho da Alegria atua desde fevereiro, em vários pontos do Rio, em parceria com outras iniciativas sociais.

Uma “ducha” de dignidade e cidadania! Essa é a proposta do projeto social Banho da Alegria, que, desde fevereiro deste ano, leva um chuveiro itinerante para que pessoas em situação de rua no Rio de Janeiro realizem, gratuitamente, a higiene básica. A iniciativa foi idealizada pela estudante Ana Paula Rios, de 31 anos, e pela psicóloga Marihá Lopes, de 30, moradoras do Engenho Novo, na Zona Norte.

— Nós já fazíamos trabalhos sociais com alguns amigos, principalmente na área da Saúde, mas decidimos expandir. Tudo é feito por voluntários, com material fruto de doações. Vamos a diferentes pontos da cidade, a cada 15 dias — conta Marihá, que planeja a próxima ação para o dia 21 deste mês, na Praça da Cruz Vermelha, Centro.

Os beneficiados têm direito a sabonete, xampu, condicionador e toalha. A estrutura — uma espécie de trailer adaptado com dois chuveiros, de água quente ou fria — foi construída pelo pai de Ana Paula, o soldador autônomo Paulo da Costa Rios, de 52 anos, durante uma semana. O dinheiro necessário para dar o pontapé inicial foi conquistado graças a uma vaquinha online, rifas, bazares e doações recebidas.

Cerca de oito meses depois da primeira ação social, Ana Paula e Marihá contam, orgulhosas, que tiveram as vidas modificadas após conhecer centenas de histórias.

Aprendemos a criar redes de apoio, receber as pessoas como elas são, a entender as dificuldades de cada um e a buscar pequenas soluções para as vidas que cruzam nosso caminho. O voluntariado traz isso  — relata Mariah.

Hoje, o Banho da Alegria cresceu, desenvolveu parcerias e alia forças com outros projetos, como, por exemplo, os grupos Contagiados pelo Bem, MPS, projeto Vai Entrega, Instituto LAR e Vidas Invisíveis. Com a união, os voluntários transformam cada evento em verdadeiros mutirões da cidadania, oferecendo diferentes serviços e atividades lúdicas aos que mais precisam e, em especial, carinho e calor humano.

“Hoje nós temos um olhar bem mais humano, enxergamos o próximo com menos preconceito e mais empatia”, diz Marihá Lopez, psicóloga e uma das idealizadoras do projeto.

— Além do banho, as pessoas têm acesso a cortes de cabelo, doação de roupas e produtos de higiene, alimentação e recreação infantil. Essas parcerias aumentam o alcance das nossas ações — explica Ana Paula, destacando uma necessidade do grupo — Precisamos de barbeiros voluntários que tenham equipamento próprio.

Quem quiser fazer doações pode ligar para 97967-1172 ou entrar em contato pelas redes sociais. Para o futuro, as duas sonham com outra estrutura, que funcionaria como lavanderia para que pessoas em situação de rua possam lavar suas roupas.

Fonte: O Globo

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