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Pesquisadores da USP testam ‘gás do riso’ no tratamento contra depressão

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Psiquiatra explica que óxido nitroso age em neurotransmissores que não são atingidos pelos antidepressivos atuais. Em testes, voluntários devem fazer oito sessões de inalação e relatar sintomas.

esquisadores da USP em Ribeirão Preto (SP) estão recrutando pessoas com depressão para um estudo que tem como objetivo avaliar se o óxido nitroso, mais conhecido como “gás do riso”, é eficaz no tratamento dessa doença.

A psiquiatra Mara Rocha Crisóstomo Guimarães explica que uma pesquisa semelhante já foi realizada nos Estados Unidos e 85% dos pacientes relataram melhora nos sintomas. O problema é que apenas 20 pessoas participaram dos testes.

A intenção agora é aumentar o número de pacientes pesquisados. Os voluntários serão submetidos a oito sessões de inalação por cerca de uma hora. Mas, nem todos vão inalar somente esse gás. Parte dos pacientes será exposta apenas a oxigênio.

“Só assim a gente vai saber se essa nova medicação tem realmente efeito. Isso é um procedimento padrão em ensaios clínicos. Se a medicação nova der um resultado diferente do placebo, que é o oxigênio, quer dizer que realmente tem efeito”, diz.

Voluntários são submetidos a sessões de inalação com óxido nitroso em pesquisa na USP (Foto: Maurício Glauco/EPTV)

Mara destaca também que o óxido nitroso é misturado ao oxigênio durante a inalação, na proporção de 50% cada um. Isso porque, o gás em alta concentração pode provocar alterações no humor e até mesmo crises de choro ou riso.

“O óxido nitroso é um dos anestésicos mais antigos, usado há mais de 100 anos. Ele é chamado de gás do riso porque, inicialmente, as pessoas usavam em concentração mais alta, o que não vai acontecer em ambientes controlados, como esse do estudo”, afirma.

Por fim, a psiquiatra explica que a maioria dos antidepressivos aumenta a concentração de serotonina, noradrenalina e dopamina – que são neurotransmissores – no cérebro. O óxido nitroso, por sua vez, também age no sistema glutamatérgico, responsável pela excitação.

“Tem uma porcentagem grande de pacientes que não melhora com os antidepressivos, daí foi a busca de se agir em outros grupos de neurotransmissores”, diz Mara, destacando que os voluntários devem fazer tratamento para depressão e, mesmo assim, apresentar sintomas.

Além disso, os pacientes devem ter entre 18 e 65 anos, não ter deficiência de vitamina B12, nem doença pulmonar obstrutiva crônica, esquizofrenia, transtornos psicóticos e dependência de álcool ou drogas. Mulheres grávidas também não podem participar.

Fonte: G1

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