População carente ganha geladeira comunitária em Bruxelas

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O aparelho, doado por um comerciante local, foi adaptado para funcionar a energia solar e, portanto, ser independente.

Em uma movimentada avenida de um bairro popular de Bruxelas uma geladeira instalada na calçada permite à população carente se alimentar gratuitamente sem passar por intermediários.

O princípio é simples: qualquer um pode abrir a porta, depositar alimentos ou se servir, sem que seja necessário pedir autorização, se cadastrar ou solicitar acesso.

A geladeira faz parte de um projeto da instituição de caridade Corvia lançado em caráter experimental na véspera do Natal passado, “uma época de abundância de comida e em que as pessoas estão mais propícias a ajudar o próximo”, explica sua presidente, Mathilde Pelsers, à BBC Brasil.

Segundo ela, o objetivo é aliar o combate ao desperdício à caridade.

“Um dia, depois do Natal, tinha (na geladeira) um frango maravilhoso, com arroz e tudo. Nunca comi tão bem”, lembra com um sorriso Ludovic Galler, 23 anos, morador de rua, que vai ao local ao menos uma vez por semana.

Variedade menor

A variedade dos alimentos doados diminuiu com o fim dos cardápios de festa: nessa tarde de maio restam apenas alguns pacotes de pão e copos de sopa, devidamente embalados para serem transportados.

Mas para Galler, a “geladeira social” é uma alternativa ao restaurante subsidiado pelo governo, onde costuma pagar 3 euros por uma refeição (mais de R$ 10), e às marmitas distribuídas por organizações não governamentais na Estação Central de trens da capital.

“Aqui (na geladeira) é de graça e não tem hora fixa para comer. Sempre tem alguma coisa. Em geral é pão e sopa, mas pão não é bom. Está sempre duro”, diz.

A maioria dos abastecedores da geladeira social são padarias e restaurantes da região, que preferem doar a mercadoria não vendida no dia a jogar no lixo.

“A intenção é que cada vez mais participem supermercados e mercearias, que descartam todos os dias toneladas de alimentos bons para o consumo só porque estão próximos da data de validade”, afirma Pelsers.

“Também esperamos que a vizinhança participe mais. Que tragam o que sobrou do jantar de família, por exemplo, ou aqueles alimentos que têm na geladeira quando vão viajar, que acabam indo pro lixo.”

É proibido deixar na geladeira garrafas abertas, bebidas alcoólicas e alimentos fora do prazo de validade.

O único controle de conteúdo é feito por um membro da associação que passa a cada dois ou três dias para assegurar que nenhum produto esteja estragado.

Para Amadou Keita, morador do edifício na frente do qual o aparelho foi instalado, isso é suficiente.

“Não precisa de vigilante, segurança, inspetor. Ninguém causou problemas até agora. Eles vêm aqui, se servem e vão embora, geralmente sozinhos. Nunca teve briga, nunca teve sujeira. Acho uma ótima ideia para ajudar as pessoas. Por que isso me incomodaria?”, pergunta retoricamente.

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