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Pressão por fim de animais nos circos aumenta na Europa

nov 23, 2017
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Ativista com cartaz: “Como na Inglaterra, Holanda, Bélgica, proíbam animais em circos”, em frente à entrada do circo Pinder em Toulouse, sudoeste da França.

Levar as crianças para se encantar com leões e elefantes no circo pode ser um programa com os dias contados. A Itália e a Irlanda engrossaram a lista dos 42 países que proíbem a exibição de animais nos espetáculos circenses. A pressão aumenta sobre vizinhos como a França, onde associações de proteção de animais, veterinários e antropólogos lançaram um apelo para que o governo francês também siga o exemplo.

Na Europa, Bélgica, Áustria, Grécia e Suécia são alguns dos lugares onde não se encontram mais bichos no picadeiro. Na Alemanha e em 15 países do mundo, a proibição é parcial. Em outros casos, são cidades que tomam a iniciativa, como Nova York e Madri.

A prefeitura de Paris, por sua vez, afirma que cabe ao presidente francês tomar uma decisão definitiva, embora 50 cidades do país já tenham banido os circos ditos “tradicionais”. A diretora-geral do Centro Nacional das Artes do Circo, da Rua e do Teatro (ArtCena), Gwenola David, reconhece que essa é uma tendência sem volta. Dos cerca de 450 estabelecimentos franceses, em torno de 150 ainda exibem bichos selvagens.

“Na França, há uma legislação muito completa sobre isso, reforçada em 2011, e que impõe condições drásticas para a apresentação de animais no picadeiro. Mas é claro que, por melhor que sejam, as condições jamais serão as mesmas do que as da natureza”, observa. “Uma jaula sempre será uma jaula e não substitui a liberdade plena.”

Bem-estar não é o foco da fiscalização

A associação Paris Animaux Zoopolis, que milita pelo fim dos animais nos circos da capital francesa, indica que a fiscalização existente é focada no perigo que os bichos representam para os humanos – mas o bem-estar deles é avaliado de maneira superficial.

“Eles são prisioneiros a vida inteira, em condições itinerantes, de cidade em cidade, dentro de uma jaula ou acorrentados. A isso, soma-se a violência do adestramento, que visa submeter e dominar os animais”, afirma a presidente da entidade, Amadine Sanvisens. “Os veterinários que realizam a fiscalização aplicam a lei, e a lei autoriza essa prática nos circos. Eles controlam o tamanho das jaulas e a documentação, mas não observam, por exemplo, os distúrbios de comportamento dos animais.”

Sanvisens garante que é comum os tigres e leões passarem horas a caminhar em círculos e os elefantes a se balançar, indicativos de depressão crônica nessas espécies. Gwenola David nota que o público demonstra sensibilidade a essa realidade, que até pouco tempo atrás era ignorada.

Fonte: RFi

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