Um projeto na área de sustentabilidade, apresentado pela empresa curitibana Ciclefy Engenharia, promete inovar a coleta seletiva de resíduos recicláveis. Eles vêm desenvolvendo um equipamento com capacidade de separar automaticamente o resíduo reciclável, por meio da inteligência artificial e visão computacional.
Vicenzo Freeze Agustini, CEO da empresa, conta que a ideia do equipamento surgiu ao perceber a necessidade de otimizar a coleta de recicláveis.
Segundo ele, o equipamento poderá resolver o problema do alto custo da coleta de resíduos, aliado a um serviço com baixa customização. O público-alvo são condomínios, órgãos públicos e empresas que aplicam ou precisam recuperar as suas embalagens do meio ambiente.
“O mercado de recuperação de embalagens ainda é algo novo e vem sendo desenvolvido conforme a legislação se torna mais exigente. Este equipamento vai permitir maior aproveitamento na recuperação de embalagens, especialmente de instituições de grande porte que têm metas de logística reversa a cumprir”, afirma o CEO da Ciclefy.
De acordo com Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o índice nacional de reciclagem no Brasil é de apenas 3%. Os dados constam no mais recente Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, com dados coletados em 2018 e analisados em 2019.
Jorge Callado, diretor-presidente do Tecpar – Instituto de Tecnologia do Paraná, afirma que eles têm apoiado a inovação no Estado, se posicionando como parceiro de empresas e empreendedores que têm projetos voltados ao uso da ciência e tecnologia para o desenvolvimento sustentável. “Uma das áreas mais promissoras que temos apoiado é a de tecnologia sustentável, capaz de oferecer benefícios à sociedade e contribuir para a economia circular, que propõe uma nova maneira de consumo, integrando aspectos sociais, econômicos e ambientais”, ressalta Jorge Callado.
O equipamento conta com um aparato circular e câmera de reconhecimento que gira em torno do objeto depositado na lixeira. Este processo permite coletar imagens da embalagem. De posse das imagens, o sistema identifica o tipo de resíduo depositado e, através da automação, separa por tipo. O sistema de reconhecimento autônomo é capaz de reconhecer cinco tipos de resíduos: plástico, lata, papel/papelão e embalagem cartonada (tipo tetrapak).
Atualmente o protótipo, que utiliza tecnologia nacional, está na fase de aperfeiçoamento no sistema de identificação. A previsão é que esteja finalizado até junho de 2021.
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