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Tampas se transformam em alimento para 180 crianças de Santos

jun 4, 2019
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Projeto recolhe plástico para reciclagem e venda vira alimento

Tampinhas e lacres de plástico duros – tais como tampas de garrafas, maionese, pastas de dente, amaciante e shampoo – ajudam a complementar a alimentação de quase 200 crianças do Lar Veneranda, no Campo Grande, e ARS – Ação de Recuperação Social, no Chico de Paula. A medida é possível a partir da união do grupo ‘Tampa Amiga’ que, sem vínculos políticos ou religiosos, se empenha na coleta e venda desses materiais para reciclagem e posterior compra de alimentos para complementar as refeições de crianças.

O grupo surgiu em fevereiro de 2018 e ao longo de dez meses já conseguiu retirar do meio ambiente e transformar em renda mais de 4.830 quilos de plástico. Tudo começou quando o médico santista Bruno Pompeu ouviu o pedido de uma amiga de recolher lacres de latinhas para aquisição de cadeiras de rodas em um projeto de São Paulo. Por razões logísticas a coleta não foi adiante, mas Pompeu e a esposa, Dulce Del Santoro, perceberam que poderiam continuar a ação social por conta própria aqui na Baixada Santista.

Foi dessa forma que teve início uma rede invisível de apoio que une anônimos de diversas cidades e profissionais com dois objetivos em comum: auxiliar o planeta e promover o bem. “Nós pensamos que alguém poderia comprar plástico e fomos atrás de lugares que trabalhassem com a reciclagem desse material que demora tanto tempo para desaparecer no planeta. Lembro que na primeira ação recolhemos só 20 quilos de tampinhas e conseguimos comprar 6 caixas de leite. Aquilo nos empolgou muito”, conta Pompeu.

Diretamente, o grupo – que funciona via Whatsapp – possui 200 pessoas. Indiretamente são milhares: os que coletam; os que abrem as portas dos estabelecimentos para que os materiais sejam depositados; os que levam aos postos; os que fazem a triagem e aqueles que levam o material para a reciclagem na capital. O QG físico do projeto funciona na garagem de Pompeu, que se destaca pelo colorido das tampinhas que preenchem todo o ambiente.

“Trabalhamos com os três R’s: reciclar, reutilizar e reduzir. O plástico duro que coletamos é importado e tem um valor muito caro no mercado, além do fato de justamente pelas características demorar séculos para se decompor no meio ambiente. É uma rede invisível e poderosa que queremos ver multiplicada por todas as cidades. Hoje, até mesmos nas entidades que auxiliamos, o processo virou uma ludoterapia: famílias inteiras fazem a coleta e reservam um espaço na semana para separação. Não acredito que temos que abolir o plástico e sim usá-lo de forma consciente”, enfatiza.

Para Dulce, o projeto é transformador. “Nossa ideia não é inovadora, mas estamos fazendo a nossa parte, aos pouquinhos. Queremos que a ideia se espalhe e novos grupo existam com o mesmo ideal”, afirma.

COMO DOAR

O grupo pede que as tampas sejam entregues limpas em galões, preferencialmente, separadas por cor (isso aumenta em 20% o valor de venda). As entregas podem ser feitas nos seguintes lugares: Abor – Associação Beneficente Oswaldo de Rosis (Praça Primeiro de Maio, s/nº – Ponta da Praia); ARS (Rua Manoel Barbosa da Silveira, 239 – Saboó); Centro Espírita Allan Kardec (Rua Rio de Janeiro, 31 – Vila Belmiro); Colégio do Carmo (Rua Egídio Martins, 181 – Ponta da Praia); Portaria do edifício Med Center (Rua Olintho Rodrigues Dantas, 343 – Encruzilhada); Portaria consultório médico Bruno Pompeu (Av. Afonso Pena, 170 – Boqueirão); Portaria prédio (Rua Luís de Faria, 109 – Gonzaga); Rua Fumio Miyazi, 1117 – Jardim Guilhermina – Praia Grande; Rua Enzo Borghi, 58 – Jaguaré (perto do shopping Continental) – São Paulo (Capital). Outras informações pelo instagram ‘Tampa Amiga’.

Fonte: Diário do Litoral

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