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Vitória! Shell abandona projeto de exploração do mar do Ártico

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Planos para perfuração da região que circunda o Polo Norte foram criticados por ambientalistas, que comemoram o insucesso da multinacional

Londres, 28 Set 2015 (AFP) – A Royal Dutch Shell vai interromper as polêmicas perfurações no Alasca após resultados considerados decepcionantes, anunciou a empresa anglo-holandesa em um comunicado.
O presidente americano Barack Obama provocou a revolta dos ecologistas em maio, quando autorizou a Shell a realizar perfurações submarinas no mar de Chukchi no Ártico.
Após dois meses de exploração, no entanto, a Shell considerou que o resultado das perfurações era “claramente decepcionante”, o que levou a empresa a decidir não seguir adiante.
A Shell informou que perfurou “até uma profundidade de 6.800 pés” (quase 2.070 metros) no poço “Burger J”, situado no mar a 240 km da cidade de Barrow, no Alasca (extremo noroeste dos Estados Unidos).
“A Shell encontrou indícios de petróleo e gás no poço ‘Burger J’, mas não são suficientes para justificar uma exploração maior”, afirma o comunicado.
“O poço será selado e abandonado, em conformidade com as regras dos Estados Unidos”, completa a nota.
Em um futuro previsível, a Shell vai cessar a exploração na costa do Alasca, segundo a empresa.
“Esta decisão reflete tanto o resultado no ‘Burger J’ como os altos custos associados com o projeto e o entorno regulatório federal, difícil e imprevisível, para as águas do Alasca”, afirma o comunicado.
A Shell explicou que incluirá em seu balanço as “cargas financeiras” vinculadas à suspensão, que serão detalhadas na apresentação dos resultados em 29 de outubro.
A empresa destacou que a atividade no Alasca representava quase três bilhões de dólares e que terá que pagar por volta de US$ 1,1 bilhão às empresas terceirizadas.
Ecologistas comemoram A Agência Geológica dos Estados Unidos, um organismo oficial, calculou em 2008 a existência de 90 bilhões de barris de petróleo e grande quantidade de gás no círculo Ártico, a maioria no litoral.
Mas a preocupação com as perfurações no Alasca cresceu entre os americanos depois da explosão, em abril de 2010, da plataforma Deepwater Horizon, da BP, no Golfo do México, um acidente que matou 11 pessoas e provocou o vazamento do equivalente a 4,9 milhões de barris de petróleo no mar, com efeitos graves para a costa americana.
A organização de defesa do meio ambiente Greenpeace chamou de “erro terrível” a exploração no Alasca, alegando que poderia prejudicar o frágil entorno ártico.
Nesta segunda-feira, a organização comemorou o anúncio da Shell. O diretor executivo do Greenpeace no Reino Unido, John Sauven, disse que “as grandes empresas de petróleo sofreram uma derrota sem paliativos”.
Para os grupos ambientalistas, as perfurações aumentavam os riscos para uma fauna que já enfrenta a ameaça do degelo, provocada pelo aquecimento global.

O fim do projeto da Shell é o último episódio de uma história turbulenta.
Antes do início da exploração, a Shell teve que adiar o projeto por vários problemas embaraçosos com as torres de perfuração.
“A equipe da Shell Alasca trabalhou bem e de maneira particularmente segura em todos os aspectos do programa de exploração deste ano”, disse Marvin Odum, diretor da Shell Upstream Americas.
“A Shell continua vendo um potencial importante para a exploração e a região será provavelmente de grande importância estratégica para o Alasca e os Estados Unidos”, completou.
“De todos os modos, este é um desfecho claramente decepcionante”, concluiu.

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