Muita gente anda vestindo a camisa da startup: de 2019, quando lançou sua primeira linha de camisetas, até hoje, a Mi Terro já gerou mais de US$ 100 mil (R$ 524 mil) de receita só com vendas online e tem clientes em mais 40 países.
Uma camiseta no site da Mi Terro custa a partir de US$ 39,50 (R$ 206), mas o site também vende bolsas e cuecas feitos por meio da mesma tecnologia.
A pequena empresa vem atendendo a uma demanda cada vez mais crescente por produtos feitos de maneira sustentável e por empresas capazes de transformar desperdício e produção excessiva em novos produtos ambientalmente amigáveis. Empresas de pequeno e médio porte representam aproximadamente metade da indústria da moda e estão bem posicionadas para inovar em sustentabilidade, segundo um estudo de 2019 coordenado pelo Centro para Moda Sustentável.
A ideia de transformar leite em tecido veio de uma viagem que o hoje CEO da startup, Robert Luo, fez ao tio na China, Ele conta que ao chegar à fazenda de gado leiteiro do tio viu “baldes e baldes” de leite estragado e descartado sem uso. “Percebi um problema enorme sobre o qual não falamos o suficiente”, disse ele à Bloomberg.
Quando voltou para os EUA, ele se uniu a um amigo de infância com formação em química e engenharia de materiais para encontrar um meio de utilizar o que era descartado.
Após três meses de pesquisa, eles começaram a elaborar uma solução capaz de extrair a caseína (um tipo de proteína) do leite e transformá-lo em fibra. As gorduras são removidas antes da desidratação para obter leite em pó. As proteínas são então isoladas e solidificadas na forma de fibras que são esticadas e transformadas em fios prontos para uso na confecção de roupas.
A empresa está em negociações com grandes laticínios na China para formação de parcerias estratégicas. Além disso, se prepara para expandir a tecnologia de transformação de alimento desperdiçado para além do ramo da moda.
A Mi Terro está trabalhando em uma nova tecnologia que ajude empresas de laticínios a transformar resíduo de soro de leite em filme biodegradável para embalagens de alimentos. Luo espera que seu modelo de negócios abandone gradualmente a venda direta a consumidores. A Mi Terro quer licenciar suas tecnologias no futuro próximo e está percorrendo o processo de solicitação de patentes na China, segundo ele.
A startup já assinou memorandos de interesse com grandes marcas de moda casual, mas precisa de apoio estratégico e financeiro para aumentar sua capacidade e acompanhar a demanda. Em 2019, a empresa lançou duas campanhas de financiamento coletivo na plataforma Kickstarter que atingiram rapidamente suas metas. A aceleradora de startups Lair East Labs está entre suas apoiadoras.
A Mi Terro está agora no processo de arrecadar US$ 800 mil em novos investimentos, segundo Luo, idealmente de parceiros estratégicos na China e em outros países. (Com Bloomberg)
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