“A ideia por trás desta conquista é simples. Nós dois gostamos muito de viajar, queríamos ter a Liberdade de sempre mudar de endereço e ao mesmo tempo construir algo que valesse a pena”, disse Hannah.
O casal Morava em casa alugadas antes de fazer a mudança. “Vendemos quase tudo o que tínhamos e embarcamos nesta viagem, com a intenção de que este seja um modo de vida permanente daqui para frente”, conta Harry.
O primeiro passo foi tirar todos os bancos e desmontar o ônibus, retirando o piso interno. Não sobrou muita coisa além da estrutura metálica e das janelas.
Foram 4 meses de pesquisa de ideias e possíveis projetos para a nova casa. Com a pesquisa terminada, a construção começou pelo piso, teto e paredes. “Desenhávamos no chão onde cada coisa deveria estar, e depois íamos mudando de acordo com as limitações, como peças de motor ou partes estruturais do ônibus que não poderiam ser mexidas”, explica Hannah.
Os dois fizeram quase tudo sozinhos, com exceção das instalações elétrica e de gás que foram feitas com a ajuda de profissionais especializados.
A casa de Harry e Hannah tem um quarto nos fundos, dois armários, um banheiro seco e um chuveiro. Além disso conta com cozinha e sofás camas que podem ser usados pelo casal ou por eventuais visitas.
O ônibus consegue armazenar até 600 litros de aquecimento ajuda a esquentar a água para o banho e a resfriar o interior da casa com ar condicionado. A bateria ainda abastece outros eletrodomésticos como cafeteria e torradeira. Podemos levar uma vida independente, sem precisar reabastecer por até 3 semanas”, comemora Harry.
Na frente estão o banco do motorista e bancos para outras 3 pessoas. E o ônibus ainda leva um jipe 4×4 e um bote inflável, para eventuais aventuras pelas paradas que o casal faz pelo caminho.
O casal tem uma lista de vantagens que a vida na casa móvel traz. A primeira, segundo eles, é ter tudo sempre à mão, podendo ir e vir sem precisar fazer as malas ou armar ou desarmar uma barraca, por exemplo.
O custo de vida também é menor. Mas, eles lembram que além do valor pago pelo ônibus, tiveram que desembolsar cerca de R$ 160 mil para a realização do projeto.
“Os lugares que a gente descobre e visita são incríveis. Você pode estacionar sua casa e apreciar vistas de tirar o fôlego pagando pouco ou nada”, celebra Hannah.
Mas nem tudo são flores. Aprender a dirigir, manobrar e fazer a manutenção do ônibus são desafios que a dupla precisou enfrentar. “Sempre temos algo para fazer ou melhorar na casa. É uma lista sem fim, você termina uma coisa e descobre outras. Mas é bom, porque nos mantém ocupados”, conta Harry.
Entre aventuras com o bote inflável, explorações de novos parques nacionais e viagens pela Austrália, o casal para de tempos em tempos para fazer uma revisão e arrumar o que precisa no ônibus.
Para quem está pensando em transformar um ônibus em uma casa, ou em outros projetos de casa móvel, Harry e Hannah aconselham uma conversa com quem já fez isso e avisam que é um compromisso de longo prazo.
“Não pense que vai ser simples e rápido”, avisa Harry. “Vemos muitas pessoas começarem o projeto e desistirem antes de terminar a casa móvel, por falta de dinheiro ou por questões pessoais”.
A viagem anual pela Austrália deste ano teve que ser adiada por conta da pandemia. Mas em julho, o casal partiu para a costa norte do país. “A próxima parada vai ser Adelaide e chegando lá, vamos decider o que fazer.”, conta Hannah.
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