O que é senso comum ganha cada vez mais força com estudos que comprovam os benefícios de atividades e terapias assistidas por animais para melhorar a saúde, promover bem-estar e facilitar tratamentos.
O animal auxilia no tratamento de diversas doenças e, por meio do tato e da interação com o humano, promove vantagens físicas, emocionais e acelera processos de recuperação. Especialistas afirmam que a técnica deve integrar uma abordagem interdisciplinar.
“O animal é sempre um facilitador para a gente chegar ao objetivo”, diz a psicóloga Karina Schutz. “A terapia com animais é um tratamento complementar, e isso não é só com psicólogo, mas também com fisioterapeuta. Animais dentro de consultórios promovem a geração de um monte de neurotransmissores e hormônios maravilhosos: endorfina, dopamina, ocitocina”, afirma.
A profissional é fundadora do Pet Terapeuta, organização de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, que leva animais para casas de permanência de idosos, hospitais e outros espaços onde os bichos podem ser benéficos. Em outubro, o Estado acompanhou a visita das cadelas Maria e Valentina à Casa Ondina Lobo, na zona sul de São Paulo, que foi facilitada por Karina em uma ação promovida pela Bayer.
O espaço é destinado à moradia de idosos, com média de 84 anos, e conta com o trabalho de voluntários para atividades como fisioterapia, reiki e aulas de computação. A instituição sem fins lucrativos é mantida com doações, seja financeiras, de roupas ou mantimentos. No dia em que os pets estiveram lá, de surpresa, o ambiente se encheu de sorrisos e estimulou a conversa entre os residentes.
“Nós temos 68 idosos, homens e mulheres, e a rotina é parecida com a de uma casa grande, com muitas pessoas. A quebra da rotina é muito importante e, independente do comprometimento, seja físico, social ou psicológico, os animais unificam o grupo, trazem um convívio gostoso”, conta Mariana Yamagushi, gerente da Casa Ondina Lobo.
Ela exemplifica como o cachorro pode servir de facilitador para propostas terapêuticas. “Na parte de fisioterapia, alguns idosos são resistentes para fazer exercício. Com o animal, eles deitam, levantam, se movimentam naturalmente. A adesão é mais fácil com o pet.”
O cachorro é o mais utilizado na terapia assistida por animais porque é o que dá mais retorno imediato, segundo Karina, seja positivo ou negativo. O cão é treinado, por exemplo, para não avançar, mas sim se retirar, quando não gosta de determinada atividade.
“Precisa ser um animal calmo, que tenha controle dos impulsos, goste de dar e receber carinho e tenha certa autonomia”, explica a fundadora do Pet Terapeuta.
O perfil é escolhido de acordo com a proposta da atividade. Se a equipe médica precisa obter atenção de uma pessoa hiperativa, por exemplo, um pet mais calmo é o ideal. Em termos de saúde, o cachorro tem de estar com vacinas e higiene em dia, ter boa saúde bucal e estar com vermífugo e antipulga em dia.
Outras propostas de terapias envolvem gatos, aves, coelhos, tartarugas e até cobras e escargot. “São animais que não dão tanto retorno, mas também geram alguma sensação”, diz Karina.
Fonte: MSN
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