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Brasileiros ganham bolsas do Google para desenvolverem suas pesquisas

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Todos os anos, o Google promove o Latin America Research Awards (LARA), programa de bolsas de pesquisa em ciências da computação na América Latina. Nesta terça-feira (23), a empresa apresentou os 26 projetos vencedores da edição deste ano, entre os quais 17 são brasileiros.

O evento ocorreu no Centro de Engenharia do Google, em Belo Horizonte, e reconheceu iniciativas das áreas de segurança, agricultura, detecção de doenças, entre outros. “Ao receber esse tipo de apoio, as pesquisas começam a dar resultados em breve”, afirma Berthier Ribeiro-Neto, diretor do Centro de Engenharia.

Os projetos destacados receberão um apoio de cerca de US$ 1,2 mil mensais durante um ano para continuarem suas pesquisas. No total, o Google investirá US$ 535 mil nesses estudos ao longo de 2019.

Os pesquisadores Sandra Eliza Fontes de Avila e Alceu Bissoto, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), desenvolveram um diagnóstico precoce do câncer de pele com redes generativas adversariais. “O objetivo do projeto é fazer a detecção de câncer de pele já na triagem do hospital, de forma que só os casos mais complicados precisem ser encaminhados para a oncologia”, explica Avila.

“Vamos treinar uma tecnologia para que possa fazer essa identificação. A máquina funciona como nós: vemos exemplos e aprendemos com eles. Quanto mais exemplos vemos, mais especializados ficamos. Integramos com a máquina várias imagens do que é e não é um melanoma: quanto mais imagens entregarmos, melhor será o sistema de identificação.”

Marcus Rolf e Peter Ritt, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) abordam em seu projeto algoritmos que ajudariam na redistribuição de terra no Brasil, no caso de reforma agrária no país. “A ideia é usar a tecnologia para fazer o parcelamento do território que atualmente é realizado a mão. Avaliando algumas características da área, recursos hídricos, qualidade de solo, a inteligência artificial pode produzir as melhores soluções”, diz Rolf. “Nosso objetivo é fazer alguns ciclos da aplicação na prática para verificar se o resultado é satisfatório.”

O meio ambiente é a preocupação do projeto de Jorge Arigony Neto e Guilherme Tomaschewski Netto, da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), que desenvolveram uma rede de sensores de baixo custo para monitorar padrões meteorológicos e derretimentos de geleiras. Em termos de comparação, enquanto as estações meteorológicas convencionais custam em torno de US$ 20 mil, as da dupla custaram por volta de US$ 500. Este é o terceiro ano consecutivo em que o projeto recebe o apoio do Google.

“A temperatura do planeta está aumentando e há previsões de que continuará assim”, conta Jorge Arigony Neto. “Com esse aumento de temperatura, as massas de gelo do planeta derreterão muito mais rápido. Uma das consequências disso é o aumento do nível do mar. No Brasil, a maior parte da população vive em costas e sofrerá muito com essa mudança. Por isso, devemos contribuir com pesquisadores do restante do mundo para melhorar a estimativa da quantidade e da velocidade em que isso ocorrerá.”

A questão do momento
Um dos temas que mais se destacou entre os brasileiros foi o de combate às informações falsas, conhecidas como fake news, na internet. Fabrício Bevenuto de Souza e Júlio Cesar Soares dos Reis, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), criaram um método para medir a confiança das próprias notícias. “O projeto dá uma pontuação de confiança nas notícias e nos sites que as publicam. A ideia é, através de informações extraída de vários sistemas e mídias, ajudar jornalistas a identificarem páginas e conteúdos relevantes que precisam ser checados porque estão disseminando um tipo de conteúdo que está se espalhando rapidamente”, explica Bevenuto.

Já Wagner Meira Júnior e Manoel Horta, também da UFMG, criaram um sistema para a detecção de discurso de ódio e propõem uma nova abordagem para identificar a disseminação de notícias falsas nas redes sociais. “O foco do nosso projeto é usar o contexto em que essas notícias falsas são publicadas e compartilhadas para conseguirmos melhorar a detecção delas”, fala Horta.

“As fake news não existem num vácuo: elas existem num contexto político, onde pessoas têm relacionamentos e as compartilham. A grande questão do projeto é usar essas interações e atributos de quem as compartilha para melhorar a detecção desse tipo de conteúdo.”

Em vez de fazer a tecnologia aprender quais são as técnicas usadas em notícias falsas para identificá-las, os pesquisadores pretendem criar uma rede de usuários e fontes que compartilham e usar as conexões para verificar se as notícias são falsas ou não. No caso, um perfil que compartilhou um conteúdo falso se torna menos confiável em uma espécie de classificação de quem o compartilha, “assim temos mais chances de prever a veracidade da notícia”.

“As fake news estão atuando de forma muito agressiva nestas eleições, mas são um problema também em outras esferas: na saúde pública, em que as pessoas pararam de tomar vacina, por exemplo”, pondera Bevenuto. “É um problema que tem que ser monitorado em diferentes instâncias.”

*A jornalista viajou a convite do Google.

Fonte: Galileu

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