A Rússia anunciou, nesta semana, que já vacinou mais de 100 mil pessoas contra a Covid-19 e que pretende imunizar 2 milhões até o fim deste mês. A imunização está sendo feita com a Sputnik V, registrada pelo país em agosto e ainda em testes de última fase.
Até agora, a imunização foi feita da seguinte forma, segundo o G1 apurou junto ao fundo estatal russo que financia o desenvolvimento da vacina:
Quando anunciou o registro da Sputnik V, o governo russo também disse que pretendia aplicar a vacina, antes do fim dos testes, em pessoas que não faziam parte dos ensaios clínicos. A estratégia foi criticada por cientistas, porque a fase 3 serve para avaliar a segurança e eficácia da vacina em maior escala antes que ela seja aplicada na população como um todo.
Rússia diz que vacina contra Covid-19 teve eficácia ‘acima de 95%’ após segunda dose
No fim de novembro, o país anunciou que a eficácia da Sputnik V ficou acima de 95% 21 dias após a aplicação da segunda dose. Na prática, se uma vacina tem 95% de eficácia, isso significa dizer que 95% das pessoas que tomam a vacina ficam protegidas contra aquela doença.
Na quinta-feira (3), a prefeitura de Moscou anunciou que começaria a vacinação na cidade neste sábado (5). De acordo com o fundo russo, serão 300 cabines de vacinação apenas na capital do país.
Até agora, a vacina já foi distribuída na Rússia para grupos de risco – como equipes de saúde, trabalhadores de transporte e professores. Alguns países também já receberam a Sputnik V, como a Sérvia, e outros têm acordo de produção ou fornecimento, como o Cazaquistão, a Índia, a Coreia do Sul, o Egito, o Nepal e o México.
O governo russo também firmou uma parceria com o governo do Paraná, em agosto, para produção da Sputnik V em solo brasileiro. No mês passado, o fundo russo que financia o desenvolvimento da vacina anunciou que o Brasil poderia começar a produzi-la em dezembro.
Entenda como funcionam os testes da vacina contra Covid
Nos testes de uma vacina — normalmente divididos em fase 1, 2 e 3 —, os cientistas tentam identificar efeitos adversos graves e se a imunização é capaz de induzir uma resposta imune (ou seja, uma resposta do sistema de defesa do corpo).
Os testes de fase 1 costumam envolver dezenas de voluntários; os de fase 2, centenas; e os de fase 3, milhares. Essas fases costumam ser conduzidas separadamente, mas, por causa da urgência da pandemia, várias empresas têm realizado mais de uma etapa ao mesmo tempo.
Antes de começar os testes em humanos, as vacinas são testadas em animais – normalmente em camundongos e, depois, em macacos.
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