Brasil

Chefs usam sobra de comida da Olimpíada para servir desabrigados

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Os números são impressionantes: cerca de 18 mil atletas, três refeições diárias em quinze dias de jogos.

Multiplique tudo isso e imagine o quanto de comida é necessária para alimentar todos os participantes das Olimpíadas do Rio de Janeiro.

Imagine também quantos alimentos podem ser desperdiçados neste período.

Em vez de simplesmente criticar, o chef de cozinha italiano Massimo Bottura viu uma oportunidade única: usar os alimentos que são descartados durante os jogos para ajudar a diminuir a fome de moradores de rua, e de quebra chamar a atenção para o combate ao desperdício de comida no mundo.

Juntamente com uma equipe de voluntários, ele montou o Refettorio Gastromotiva, nos arredores da Lapa, o famoso bairro boêmio da capital fluminense.

Ali, todos os alimentos são reaproveitados e distribuídos entre quem não pode pagar por eles. E não pense que são pratos simples, não!

Todas as noites, um menu sofisticado é montado, por ele e por outros chefs conhecidos internacionalmente, como o brasileiro Alex Atala.

Para Bottura, a questão é mais do que fazer caridade ou distribuir comida: trata-se de dar dignidade a essas pessoas, de ajudá-las como é possível. E ainda promover o conceito do uso racional dos recursos.

Produtos que estariam no lixo, como legumes com uma aparência imperfeita, ou iogurtes que seria jogados no lixo porque venceriam dali a dois dias, são orgulhosamente usados em pratos que fazem da noite dessas pessoas uma ocasião um pouco mais feliz.

O Refettorio Gastromotiva, na Lapa.

O refeitório, um galpão feito de material translúcido, é um local aconchegante e acolhedor. Ali, equipes de voluntários se revezam na preparação dos menus, e na distribuição dos pratos.

O Primeiro-Ministro da Itália, Matteo Renzi, e a atriz Regina Casé foram apenas algumas das personalidades que já passaram no refeitório e deram uma mãozinha.

Este não é o primeiro projeto na área idealizado por Massimo. Juntamente com David Herz, um chef de cozinha brasileiro, ele mantém uma escola que proporciona qualificação para moradores de rua, colaborando para que eles se sintam parte novamente da sociedade.

Além do Brasil, há projetos similares na África do Sul e na Cidade do México.

Um menu especial, feito com capricho!

A estrutura para criar o refeitório ficou pronta em apenas 55 dias. Apesar do reaproveitamento de alimentos, o orçamento do refeitório está no limite: um rombo de cerca de 190 mil dólares precisa ser preenchido, e os organizdores do projeto tentam captar doações.

Mesmo com os percalços, o Refettorio Gastromotiva mostra que caridade não precisa abrir mão da qualidade no atendimento e que é possível mudar o conceito de boa comida – não é apenas aquela feita com alimentos perfeitinhos.

Para Massimo, o projeto é mais do que encher estômagos vazios. A generosidade e a gentileza, servidas em doses generosas, devolve a noção de importância e respeito a quem já tinha perdido isso de vista.

Abaixo você pode ver um vídeo sobre o projeto, que vale a pena ser visto mesmo sem as legendas:

Fonte: nytimes.com, littlethings.com, independent.co.uk.

 

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