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Mulheres que superaram o câncer de mama dão suporte a outras pacientes pelo Brasil

nov 11, 2019
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Uma experiência pessoal pode nos impulsionar a fazer mais pelo próximo. No caso do câncer de mama, que tem um impacto não só na saúde, mas nos relacionamentos e na autoestima das mulheres, esse impulso vem da superação e da empatia.

O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo, depois do câncer de pele não-melanoma. O número fornecido pelo INCA corresponde a 28% dos casos novos de câncer em mulheres. O instituto ainda afirma que, mesmo com o aumento de casos no mundo, países e regiões mais desenvolvidas tiveram uma estabilização.

Segundo a Estimativa 2018 – Incidência de câncer no Brasil (INCA, 2017), o número de casos incidentes estimados de câncer de mama feminina no Brasil, para 2019, foi de 59.700.

Mas se aumenta se um lado e diminui do outro o que pode estar acontecendo? Acesso à informação e exames preventivos. Se hoje o câncer de mama é o mais frequente nas mulheres das Américas, isso se deve também ao pouco acesso a serviços de educação e saúde.

Não solta a mão de ninguém

Para Maria Luíza de Oliveira, fundadora do Pérolas de Minas, grupo de apoio à mulheres em tratamento câncer de mama, informação é fundamental. “Temos que ter autoconhecimento do nosso corpo para notar alterações e levar informações sobre prevenção a todas as regiões do nosso país. As campanhas não podem ficar restritas aos grandes centros”, disse.

O Pérolas de Minas surgiu da união de mulheres que passaram pelo tratamento e sentiram que este era o câncer que as deixava mais fragilizadas. “Emocionalmente, fisicamente, na nossa autoestima, na sensualidade e nas questões que envolvem a maternidade”, explica Maria Luíza.

Assim como ela, outros grupos passaram a dar acolhimento para as mulheres com a doença. Em 2015, a jornalista e pedagoga Andréa Valle foi diagnosticada com câncer de mama. Depois de fazer a mastectomia radical da mama direita, ela teve dificuldades para levar o braço e foi indicada para fazer fisioterapia oncológica.

Lá ela conheceu muitas mulheres que tiveram câncer de mama e, ouvindo suas histórias, descobriu que 80% são abandonadas por seus parceiros. Assim, em 2017, surgiu a ideia do ensaio fotográfico ‘Resiliência’, com 16 modelos da Baixada Fluminense. A Peito Aberto, com sede no Rio de Janeiro, foi tomando forma.

Em 2018 foi a vez de “Empoderamento”, novo ensaio agora com duas modelos com metástase e um homem que teve o câncer de mama. Neste ano, o tema é ‘Família’ e cai registrar 6 modelos com seus familiares.

Acolhimento

“Quando uma mulher fica doente, toda à família adoece. Deve-se acolher esta mulher com carinho, respeito e apoio”, diz Maria Luíza. O ainda câncer é uma doença que carrega o estigma da morte, mas hoje os tratamentos avançaram e existem vários medicamentos novos adequados para cada tipo de tumor e de mulher. “O câncer não é uma doença contagiosa. Abrace, diga que está junto e que ela não está sozinha nesta caminhada pela vida”, conforta.

Para Andrea, a sociedade como um todo também pode melhorar o acolhimento ao paciente oncológico de mama. Apoiar projetos. Instalações e ONGs que trabalham com esses pacientes é um primeiro caminho.

“Acolhimento, amor e, principalmente,
luta por políticas públicas
de saúde pela sociedade”

A informação é a parte fundamental para prevenção. Maria Luísa e Andrea falam em autoconhecimento do corpo, em fazer o acompanhamento médico anualmente com o ginecologista e, à partir dos 40 anos, acompanhamento anual com o mastologista.

Além do Pérolas de Minas e do Peito Aberto, outras associações oferecem apoio às mulheres que enfrentam o câncer mamário. No Estado de São Paulo existe o o Núcleo de Ensino, Pesquisa e Assistência na Reabilitação de Mastectomizadas (Rema), da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP. O Rema começou a fazer atendimentos em 1989 e, de acordo com matéria de Flavia Coltri no Jornal da USP, 1.640 mulheres já passaram pelo projeto.

Fonte: Hypeness

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