Aos 55 anos, Maria de Las Gracias transformou um ônibus, que por fora você não dá muita coisa, em uma clínica de fisioterapia móvel para atender a população de baixa renda.
O moderno espaço faz parte da Fisioterapia Itinerante. “Eu não vivo do projeto. Eu vivo para o projeto”, afirma Maria em entrevista para a PEGN, que, além de criadora do ônibus, é também uma das fisioterapeutas responsáveis pelas consultas.
Sua atuação nessa área começou antes de sua graduação, quando era terapeuta holística e trabalhava com massagens. Junto a isso, ela viajou para países como Índia e Nepal, onde trabalhou voluntariamente ajudando pessoas em situação de risco.
“Era uma troca. Eu oferecia ajuda e tratamento ao mesmo tempo em que aquelas pessoas me ofereciam ensinamentos sobre a cultura e a realidade do país”, conta.
Ao voltar para o Brasil, ela fez a graduação em fisioterapia para colocar em prática seu empreendimento de atender quem mais precisa.
Em 2007, ela vendeu seu carro, um terreno e investiu cerca de R$ 150 mil na compra e adaptação do ônibus, que faz atendimentos de cerca de meia hora ao custo de R$ 23.
Se por acaso alguém não tiver como pagar nem esse valor, ela atende gratuitamente ou pagam quando puderem. O valor cobrado é para ajudar na manutenção do ônibus e pagar os outros profissionais que atuam na clínica itinerante.
Hoje, o ônibus estaciona em três locais diferentes na região do Grajaú e de Interlagos. “Eu gostaria muito de ter estrutura para atender em mais bairros. Infelizmente é muito difícil manter o ônibus, que tem custos muito caros, principalmente com combustível”, conta Maria.
Já foram 70 mil atendimentos em nove anos de atuação.