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‘Rir é o melhor remédio’: yoga do riso é praticada em hospital público de Brasília

out 1, 2018
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Estudos mostram que dar risada reduz em até 10% a sensação de dor e aumenta imunidade. Conheça um trabalho que leva gargalhadas a sério.

Você já deve ter escutado que “rir é o melhor remédio” e pode ter pensado que a frase não passa de um ditado popular. Mas um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Oxford, publicado no periódico Proceedings of the Royal Society B, revela que rir reduz em até 10% a sensação de dor.

Ao dar uma gargalhada, o cérebro libera endorfina e serotonina, responsáveis pelo efeito analgésico e pelo bem-estar. Pensando nisso, há 3 anos o professor Sandro Lobo passou a usar a terapia do riso nas sessões de yoga.

“Na yoga do riso, rir é visto como um exercício físico. Através de movimentos corporais, contato visual e espírito infantil, a risada é simulada até que ela venha a se tornar real.”

No Instituto Hospital de Base, em Brasília, pacientes, funcionários e voluntários aprenderam a técnica com Sandro. Pós-graduado em direito, ele foi servidor da Justiça Federal, mas como diz “preferiu sair pelo mundo promovendo a felicidade”.

Segundo ele, a yoga do riso – que também pode ser chamada de risoterapia ou terapia do riso – é um conceito que permite ao praticante rir independentemente de motivo. A prática combina exercícios de respiração utilizados na yoga tradicional com exercícios lúdicos que levam ao riso.

A proposta é reduzir a dor e aumentar o bem estar através de doses diárias de gargalhadas. “Isso aumenta a oxigenação do organismo”, diz o professor.

A técnica se baseia em estudos que comprovam que o corpo não consegue diferenciar gargalhadas falsas e reais, e acaba produzindo os mesmos benefícios no corpo e na mente.

“O riso, associado ao exercício de respiração, permite que fiquemos mais focados, mais atentos, mais criativos, e rendemos melhor em qualquer que seja a atividade que a gente realize.”

Gargalhadas dentro do hospital

O riso também fortalece o sistema imunológico e aumenta a quantidade de anticorpos que combatem as infecções. Além disso, os estudos mostraram que ele intensifica a sensação de conforto através da redução dos hormônios cortisol e adrenalina.

Para a terapeuta Carolina Murta, 33 anos, praticar a gargalhada vai além e é capaz de transformar relação com as pessoas. “Você pode estar em qualquer lugar, você contagia pela risada, daqui a pouco você está em contato visual com a pessoa, vocês estão rindo, conversando, é natural”.

“Quem ri junto vira família.”

A presidente do Serviço Auxiliar de Voluntários (SAV) do Instituto Hospital de Base do Distrito Federal, Daphne Aben-Atahar Kipman, diz que quando conheceu a yoga do riso “não pensou duas vezes” e quis logo levar a prática para a rotina hospitalar.

“Você vem para ser cuidado e muitas vezes a equipe médica ajuda principalmente o corpo físico. Como é que ficam as nossas emoções?”

Daphne completa respondendo a própria pergunta. Ela explica que a terapia do riso trouxe “leveza e descanso” ao segundo maior hospital público do Centro-Oeste.

“Doentes, acompanhantes e profissionais participam. Isso ajuda a enfrentar com mais resiliência o dia-a-dia”, afirma a terapeuta.

Uma das participantes da aula de Sandro, a cabeleireira Alessandra Carvalho, 29 anos, conta que o primeiro contato com a yoga do riso, no hospital, já fez seu humor melhorar instantaneamente.

“Estou acompanhando minha mãe que está internada, não durmo bem há dias. Essa aula foi um alívio pra mim e para a minha saúde mental.”

O começo

Saber que dar risada traz benefícios comprovados cientificamente, aguçou a curiosidade do médico indiano Madan Kataria. Ele foi o criador da técnica de Yoga do Riso, em 1995.

A Terapia do Riso começou com um grupo de apenas cinco pessoas e hoje reúne 6 mil Clubes do Riso espalhados por mais de cem países.

Fonte: G1

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