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Tratamentos ajudam homem infértil a realizar sonho de ser pai

ago 13, 2018
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Principal motivo de infertilidade masculina é a varicocele, que leva à baixa produção de espermatozóides; causa deve ser identificada para tratamento.

A infertilidade afeta o sonho de muitos homens de poderem ser pais. Segundo o andrologista Conrado Alvarenga, da Divisão de Urologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, 40% da infertilidade vem dos homens, 40% das mulheres e os outros 20%, de ambos, dismitificando que o problema sempre é da mulher.

Atualmente, estima-se que quase 50 milhões de pessoas no mundo sofram com problemas de infertilidade.

Entre os principais problemas que propiciam infertilidade estão os fatores ambientais, como poluição, sedentarismo, tabagismo, alcoolismo, obesidade, estresse, consumo de anabolizantes e de drogas ilícitas. “Esses fatores explicam o porquê de os homens terem reduzido por pelo menos metade da quantidade de ejaculação nos últimos 30 anos”, afirma o andrologista.

Problemas na forma do espermatozoide, obstruções naturais e infecções bacterianas também afetam a fertilidade masculina, de acordo com o ginecologista Pedro Monteleone, diretor da Clínica de Reprodução Humana Monteleone e coordenador técnico do Centro de Reprodução Humana do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).

A principal causa de infertilidade masculina é a varicocele na qual os vasos sanguíneos, ao aquecerem os testículos, prejudicam a produção de espermas. Alvarenga menciona o estudo que afirma que cuecas apertadas aumentam a infertilidade masculina. A cueca apertada aumenta a proximidade dos testículos com o corpo, provocando aquecimento do saco escrotal, prejudicando a produção de espermatozoides. Monteleone cita também que homens que trabalham com o computador no colo podem ter redução da fertilidade por conta do calor emanado pela máquina.

Outra grande causa de infertilidade é a azoospermia, a falta de produção de espermatozoides, podendo ser por erro genético ou estrutural da pessoa. Nesse caso, o homem deve recorrer à doação de sêmen se optar por ter filho, segundo Monteleone.

Alvarenga explica que o sêmen do homem até 45 anos é mais saudável do que o sêmen de homens que venham a gerar bebês em idade posterior, apresentando maior quantidade e melhor qualidade.

Um estudo publicado no site da revista Scientific American em 2012 sugere que homens que tenham filhos quando mais velhos aumente a propensão da criança nascer com autismo ou problemas como bipolaridade. Monteleone explica que o esperma mais velho estaria exposto por mais tempo à poluição e substâncias que interfeririam no processo de divisão celular, repercutindo na qualidade do embrião. A idade do sêmen também aumenta o risco de abortos espontâneos.

Entre os tratamentos para fertilidade estão o tratamento cirúrgico para problemas como a varicocele, mudanças no estilo de vida, como a perda de peso, ser mais ativo e abandono do tabagismo e alcoolismo, tratamentos clínicos com antioxidantes de uso subcutâneo, sendo aplicado na barriga, e cápsulas orais de hormônios para aumentar a produção.

Caso o homem queira fazer uma “produção independente”, ele terá que recorrer a um útero solidário, sendo permitido no Brasil que seja cedido por parentes de até quarto grau. Por conta da burocracia, muitas pessoas buscam fazer essa reprodução em outros países que tenham normas mais flexíveis.

Para verificar a fertilidade masculina são feitos os exames de espermograma por meio da coleta do sêmen ejaculado, ultrassonografia dos testículos e exames de sangue hormonais. Existem o teste rápido de fertilidade masculina, semelhantes ao teste de gravidez para mulher, vendido em farmácia, que mostra a qualidade do esperma, mas não indica se o homem é fértil ou não.

Monteleone afirma que o esperma de boa qualidade é aquele que tem concentração acima dos 16 milhões por ml com boa movimentação, de maneira que ele consiga se dirigir ao interior do útero para fecundar o óvulo. Monteleone explica que, se a contagem for menor que 16 milhões, significa que o homem tem o exame alterado, mas essa modificação, não necessariamente significa que a pessoa seja infértil.

A classificação de infertilidade pela contagem de sêmen se dá pelo fato de esse homem tentar gerar uma gravidez e não conseguir, associado à quantidade de espermatozoides. A queda de contagem de espermas ao decorrer dos anos, associada à propensão à infertilidade, pode levar à esterelidade masculina.

Fonte: R7

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