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7 gráficos que provam que o mundo está se tornando um lugar melhor

mar 19, 2019
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O acadêmico sueco Hans Rosling identificou uma tendência preocupante: não só muitas pessoas em economias avançadas não têm idéia de que o mundo está se tornando um lugar muito melhor, mas elas até pensam o contrário. Não é surpreendente, já que as notícias se concentram em relatar catástrofes, ataques terroristas, guerras e fomes.

Quem quer ouvir sobre o fato de que cerca de 200 mil pessoas em todo o mundo estão abaixo da linha de pobreza, recebendo menos de US$ 2 por dia? Ou que mais de 300 mil pessoas têm acesso a eletricidade e água limpa pela primeira vez todos os dias? Essas histórias de pessoas em países de baixa renda simplesmente não oferecem uma cobertura de notícias empolgante. Mas, como Hans Rosling apontou em seu livro Factfulness, é importante colocar todas as más notícias em perspectiva.

Embora seja verdade que a globalização tenha pressionado para baixo os salários da classe média nas economias avançadas nas últimas décadas, também ajudou a levantar centenas de milhões de pessoas acima da linha de pobreza global — um desenvolvimento que ocorreu principalmente no Sudeste Asiático.

O recente aumento do populismo que varreu os países ocidentais, com Donald Trump, Brexit e a eleição de populistas na Hungria e na Itália, entre vários outros fatores, é, portanto, bastante válido nos preocuparmos com o bem-estar global. A globalização é o único caminho a seguir para garantir que a prosperidade econômica seja compartilhada entre todos os países e não apenas algumas poucas economias avançadas.

Enquanto algumas pessoas glorificam o passado, um dos grandes fatos da história econômica é que, até recentemente, uma parte significativa da população mundial vivia em condições bastante miseráveis ​​— e isso tem sido verdade em toda a história humana. Os sete gráficos a seguir mostram como o mundo se tornou um lugar muito melhor em comparação com apenas algumas décadas atrás.

1. A expectativa de vida continua a subir

Mesmo durante a Revolução Industrial, a expectativa média de vida nos países europeus não ultrapassou cerca de 35 anos. Isso não significa que a maioria das pessoas morriam aos 30 ou 40 anos, já que a taxa de mortalidade infantil abaixou a média. As mulheres morrendo no parto obviamente também eram um grande problema. O mesmo aconteceu com algumas doenças comuns, como a varíola e a peste, por exemplo, que agora foram completamente erradicadas em países de alta renda.

2. A mortalidade infantil continua a cair

Há mais de um século, as taxas de mortalidade infantil ainda eram superiores a 10%, mesmo em locais de alta renda, como os Estados Unidos e o Reino Unido. Mas, graças à medicina moderna e à melhor segurança pública em geral, esse número foi reduzido a quase zero nos países ricos.

Além disso, as economias em desenvolvimento, como a Índia e o Brasil, apresentam hoje taxas de mortalidade infantil muito mais baixas do que as economias avançadas, com níveis de renda semelhantes há cerca de um século.

3. As taxas de fecundidade estão caindo


Embora muitos estejam preocupados com a explosão populacional global, o fato é que as taxas de fecundidade caíram significativamente em todo o mundo. Estimativas da população da ONU esperam que a população global se estabilize em cerca de 11 bilhões até o final deste século.

Além disso, como pode ser visto no gráfico, muitos países em desenvolvimento, como o Brasil, a China e vários países africanos, já mudaram para um regime de baixa fecundidade. Embora essa transição tenha tenha levado quase 100 anos para as economias avançadas, começando com a Revolução Industrial, muitas outras conseguiram isso em apenas duas ou três décadas.

4. O crescimento do PIB acelerou nos países desenvolvidos

Os líderes tecnológicos, os Estados Unidos e a Europa Ocidental, têm crescido a cerca de 2% ao ano, em média, nos últimos 150 anos. Isso significa que os níveis de renda real praticamente dobram a cada 36 anos.

Embora houvesse muitos altos e baixos de longa duração, como a Grande Depressão ou a recente Grande Recessão, a constância da taxa de crescimento a longo prazo é, na verdade, bastante milagrosa. Os países de baixa renda, incluindo a China e a Índia, têm crescido a um ritmo significativamente mais rápido nas últimas décadas e estão rapidamente alcançando o Ocidente.

Uma taxa de crescimento de 10% durante um período prolongado significa que os níveis de renda dobram a cada sete anos. É uma boa notícia se a prosperidade é mais compartilhada em todo o mundo.

5. A desigualdade global de renda diminuiu

Enquanto a desigualdade dentro dos países aumentou como resultado da globalização, a desigualdade global apresenta uma tendência de queda constante por várias décadas. Isso é, principalmente, resultado de países em desenvolvimento como a China e a Índia, onde centenas de milhões de pessoas viram seus padrões de vida melhorarem. De fato, pela primeira vez desde a Revolução Industrial, cerca da metade da população global pode ser considerada de classe média global.

6. Mais pessoas estão vivendo em democracias

Ao longo da maior parte da história da humanidade, as pessoas viveram sob regimes opressivos não democráticos. Hoje, cerca de metade da população humana vive em uma democracia. Dos que ainda vivem em autocracias, 90% estão na China. Embora o país tenha se movido recentemente na direção contrária, há motivos para acreditar que o desenvolvimento econômico continuado pode eventualmente levar à democratização (de acordo com a teoria da modernização).

7. Conflitos estão em declínio

Ao longo da história, o mundo foi dividido por conflitos. De fato, pelo menos duas das maiores potências do mundo estão em guerra umas com as outras, mais de 50% do tempo desde cerca de 1500.

Enquanto o início do século XX foi especialmente brutal com duas guerras mundiais em rápida sucessão, o período pós-guerra foi muito pacífico. Pela primeira vez, não houve guerra ou conflito na Europa Ocidental em cerca de três gerações. E organizações internacionais, incluindo a União Europeia e a ONU, levaram a um mundo mais estável.

*Julius Probst é Pesquisador Doutor em História Econômica na Universidade de Lund, na Suécia. O artigo foi publicado originalmente em inglês no site The Conversation.

Fonte: Galileu

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