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Projeto brasileiro leva experimentos de crianças para fora do planeta

jun 5, 2018
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Um grupo de pesquisadores da Escola de Engenharia da USP São Carlos percebeu, ainda em 2014, a necessidade de criar novos meios de pôr em prática experimentos de baixo custo em engenharia espacial. Foram pelo menos dois anos de trabalhos até que, em 2016, subia aos céus a Garatéa I, uma sonda acoplada a um balão meteorológico que chega até a estratosfera.

Menos de um ano depois, foi a vez da Garatéa II, que levou uma série de experimentos científicos a uma altitude de 30 km. “Pesquisar a estratosfera é muito interessante pois simula as condições espaciais, com o clima severo, muita incidência de radiação”, conta Danilo Oliveira, diretor do Zenith Aeroespace, empresa sem fins lucrativos ligada à Universidade de São Paulo e um dos participantes do projeto Garatéa.

Os dois lançamentos tiveram um objetivo bem específico. Agora a missão do grupo é mais ambiciosa: testar os equipamentos para a Garatéa-L, que deve orbitar a Lua em 2020 e será a primeira iniciativa de exploração lunar lançada por um país da América do Sul. A ideia é fazer o primeiro experimento com microbiologia em nosso satélite natural desde as missões Apollo, na década de 1970.

O sucesso das missões I e II também animou os pesquisadores a expandirem o projeto para alunos que nem chegaram ainda à faculdade. Nascia assim a Garatéa-E, de educacional, que leva para longe da superfície da Terra experimentos de futuros cientistas. “Um dos propósitos do grupo é a divulgação da ciência, fomentar a inspiração das pessoas para essa área”, afirma Oliveira à GALILEU. “Nada mais interessante que trabalhar com as crianças essa curiosidade de entender mais sobre o espaço e todos os fenômenos.”

A primeira edição do Garatéa-E aconteceu em 2017 com a participação de 18 escolas de todo o país. “A reação das crianças é a melhor parte. Elas lançam os experimentos que começaram a construir lá na escola delas. Vêm para cá [São Carlos], colocam na sonda, conseguem ver o negócio subindo”, lembra Oliveira. “As crianças ficam maravilhadas. É uma conquista do grupo conseguir passar para elas essa vontade de entender o porquê das coisas.”

Apoio
Diante dos resultados positivos, nada mais lógico que repetir a dose esse ano. Com lançamento previsto para o dia 1º de agosto, o Garatéa-E 2018 já conta com 83 escolas inscritas. Dessas, 32 terão seus projetos selecionados para serem mandados para a estratosfera. A maioria consiste em enviar bactérias, fungos e sementes de plantas germinando, para ver como se comportam em condições adversas.

“A gente queria ampliar o projeto para quase 2 mil alunos, então decidimos lançar uma campanha de financiamento coletivo para melhorar o evento. Trazer palestrantes mais legais, proporcionar workshops mais interessantes”, diz Oliveira. A meta da campanha, que vai até o dia 19 de junho, é arrecadar R$ 10 mil. “É um projeto bastante custoso. Não só o evento, como a construção da própria sonda.”

As recompensas para quem colaborar com o projeto vão desde constar na lista de agradecimentos nas redes sociais até a chance de levar sonda e balão meteorológico para casa de lembrança. No segundo caso, porém, a doação deve ser de R$ 10 mil. Clique no link para saber mais e ajudar a formar jovens cientistas.

Fonte: Revista Galileu

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